Um Conto Por Noite

Dom Pirata, Senhor Doutor

"Há muito, muito tempo atrás, onde não usávamos calculadora para contar e nem computador para conversar, havia um grupo de piratas que desbravavam os mares. Em uma Terra mágica, eram vigiados por seres mitológicos e o amigo Vento. Eles não sabiam, mas naquele lindo dia de verão, iriam ter uma aventura "daquelas" e passariam por uma importante lição".

E assim começa nossa história.

No horizonte do mar azul, surge um navio negro, guiado pelo Vento. Dentro dele, assustadores piratas.

Olho Torto, Chulé, Piolho, Mariola e – seu capitão – Bota de Madeira.

Bota de Madeira – Vamos marujos, força com esse navio, deixem tudo limpinho e fiquem de olho no horizonte!

Piratas – sim senhor!

Bota de Madeira – Há muitos perigos e não podemos arriscar.

Piolho – Mas senhor. Achei que fossemos nós "o perigo do mar".

Vento – mas muitos não sabem quem vocês são.

Chulé - Avisto lá um navio senhor, parece ser da corte do rei, senhor!

Surge outro navio a deriva e parecendo abandonado. Lindo, com apenas um guarda, três donzelas seguidas de um estranho doutor. A dama de vestido adornado com pérolas chamava-se Serafina. Mas havia outra dama bela com esmeraldas brilhantes e imensas, Constância. E ainda uma dama de cabelos de fogos e com belos rubis em suas orelhas, seu nome era Manoela. O Doutor era um tanto miúdo, porém, com olhos muito vivos e um bigodão imenso.

Quando as belas damas avistaram o navio, acharam que poderia ser ajuda.

Antes que o guarda dissesse algo, o capitão Bota de Madeira grita:

- Atacar!

Eles invadem o navio e o medroso guarda grita a vivos pulmões.

- Socoooooooooooooooooooorro!

Ele joga-se ao mar deixando as pobres donzelas desprotegidas.

Serafina: Ó capitão, não nos machuque.

Constância: Se nos libertar nosso pai será grato.

Manoela: Por favor!

Bota de Madeira: Até parece. Vou prendê-las aqui e pedir resgate!

À noite, com a lua brilhando no céu e iluminando todos que dormem,o pirata Mariola é acordado com um suave canto vindo do mar.

Eram sereias lindas vindas das profundezas misteriosas do oceano. Suas caldas compridas ficaram escondidas no escuro das ondas noturnas mas, ainda podiam-se ver seus lindos cabelos e seus rostinhos suaves.

Cantavam canções que falavam de amor. Uma delas resolveu chamar atenção de Mariola.

Serena – Olhem sereias, que belo marujo!

Branca – Ó lindo marujo, procura um tesouro?

Lua - Venha para o mar e te darei todos os tesouros do reino da água e da terra.

Estrela – Ó pirata valente, venha e me salve da minha maldição, venha casar-se comigo.

Chulé e Olho Torto que são muito espertos, já haviam colocado algodão nos ouvidos assim que acordaram e escutaram um canto.

O doutor grita:

– Tapem os ouvidos marujos, são sereias e vão nos afogar se não fizermos algo.

Ele, muito rápido, também acorda as donzelas e pede que fiquem juntas.

As perigosas sereias ficam muito bravas e demonstram sua fúria tentando afundar o navio.