capítulo 6: transformação parte 2

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Ponto de vista Astrid:

Minhas costas estavam doendo, aquela coisa me jogou para o outro lado da caverna depois de deixar o garoto moribundo deitado confortavelmente em um canto sequinho, talvez eles cuidassem das presas antes de come-las? Seja o que for que esteja acontecendo é estranho e está me deixando nervosa, por que ele nos levaria vivos? Por que não nos atacou?

O observei se deitar perto do fogo e focar novamente no magricela, seria minha chance, me arrisquei a engatinhar até o corpo de Soluço, usando a distração do dragão como minha aliada, a pedra firme em minhas mãos, como qualquer viking Soluço deve ter ao menos uma faca escondida em algum lugar de suas roupas, bota ou colete, com meu machado a quilômetros daqui eu teria de me contentar com o que aquele magricela tivesse.

Em uma situação como aquela, enfrentando um dragão como aquele, uma arma era essencial!

Quando cheguei até o filho do chefe aquele monstro rosnou para mim, sua atenção era focada em mim pela primeira vez naquela noite, seus olhos brilhantes causavam um arrepio em minha espinha, os trovões ocasionais também não ajudavam em nada.

Revistando o menor me assustei ao sentir seu corpo tão quente, algo estava errado, a vila toda já o tinha visto doente, mas nada como aquilo, a pele de sua mão parecia escamosa e pálida, seu corpo todo pálido como de um fantasma, a única cor vinda de seu rosto corado pela febre.

Conforme procurava em seu colete os rosnados daquele dragão me deixavam mais nervosa, quase como se me mandasse sair de perto de sua “Caça”.

Assim que encontrei uma faca escondida em sua bota, quase gritei de alegria, mas seus olhos se abriram e seu corpo se contorceu bruscamente, seu grito dolorido me fez arregalar os olhos, tentei segura-lo ou tapar sua boca para que ele não chamasse mais atenção do que já estava chamando do dragão, mas parecia que qualquer coisa que Soluço fizesse chamaria sua ateção.

Tentei o intimidar com a pequena faca quando aquele lagarto de asas se aproximou, mas não surdiu efeito sendo apenas pega por sua boca e arrastada para longe.

Ponto de vista Banguela:

Aquela humana realmente estava testando minha sanidade, eu sabia o que estava acontecendo e fiz o que pude, mantendo o local quente e me deitando em uma distância segura, mas caso algo acontecesse eu ainda estaria perto o suficiente para protege-lo.

A humana correr se aproximar dele estando naquele estado me fez focar no que ela faria, em qualquer sinal de perigo eu a mataria sem hesitar, eu a vi revistar seu corpo e encontrar uma faca, o que não a ajudaria, não era a primeira vez que eu lidava com humanos agressivos.

Mas assim que meu príncipe deu o sinal de que a transformação ativa começaria eu a puxei para longe dele, não queria que ele corresse o risco de se machucar se transformando perto de uma pessoa com uma faca e cede de briga.

Eu vi suas asas nascerem em suas costas, grandes e suaves, eram magnificas, perfeitas para voo, menores que as minhas, ele seria ágil, a coloração branca, quase de um rosa clarinho por conta do sangue, finalmente havia começado, e logo terminaria.

Seus gritos me davam angustia, pela quantidade de sangue que saia conforme sua pele dava lugar a escamas era natural, mas ainda assim não me agradava, seu rosto pálido e quente banhado em lagrimas me dava vontade de lambe-lo, mas eu o faria depois, por agora tudo que ele precisava era espaço e tempo, alguém o tocando só o faria sentir mais dor.

A humana ao meu lado estava sentada no chão observando, seu corpo tremendo enquanto os olhos arregalados observavam meu príncipe, eu não poderia fazer nada por ela, tudo que eu faria, seria mantê-la segura, até finalmente poder devolve-la a sua gente, e se Loki quiser, nunca mais vê-la novamente.


o príncipe perdido Dos DragõesWhere stories live. Discover now