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LIVRO UM DA SÉRIE: SIGNOS CARDINAIS
Mulherengo e aventureiro, Arthur Mendes é o típico cafajeste que não se imagina preso em um relacionamento. Dono de um sorriso encantador e um charme inquestionável, é o tipo de homem que semp...
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Entro em casa e estranho o breu. Apesar de ser um pouco mais de meia-noite, é no mínimo estranho que Ana Karine não esteja jogada no sofá assistindo alguma série, mesmo sabendo que terá que estar de pé bem cedo para ir para a faculdade.
Suspiro, cansada, e deixo minhas chaves no aparador após trancar a porta. Jogo minha mochila no pequeno sofá da sala e caminho até o quarto da AK. Fico mais aliviada ao avistá-la toda esparramada em sua cama.
Talvez o bom senso apenas tenha falado mais alto hoje.
Adentro o meu, ao lado do dela, e uniformemente ciente de que preciso pelo menos tomar um banho, atiro-me na cama deixando o cansaço falar mais alto.
Embora saiba que tive pelo menos umas seis horas de sono, quando meu despertador toca informando que é hora de iniciar mais um dia, a sensação que tenho é de que não dormi nem cinco minutos.
Obrigo-me a ficar de pé, notando que mal havia me mexido na cama, e caminho, ainda meio grogue, até o único banheiro que temos em nosso pequeno apartamento. Entro no mesmo e tranco a porta, pois, Ana Karine às vezes parece não ter noção das coisas, e ainda completamente bêbada de sono, tiro minhas roupas do dia anterior jogando tudo no cesto de roupa suja.
Encaro meu reflexo no espelho do armário, dando de cara com uma garota de rosto inchado de sono e os cachos do cabelo parecendo um ouriço apontando para todas as direções.
— Talvez Ana Karine esteja certa e você precise trabalhar menos, você está uma porcaria — brigo comigo mesma ao notar minhas olheiras enormes.
Suponho que desta vez nem maquiagem dará jeito.
Deixo essa bobagem de lado e vou tomar meu banho, uma vez que o dia mal começou e eu já tenho muito o que fazer.
Ao sair do banho, minutos depois, vou para meu quarto me vestir. Calças jeans, tênis e uma camisa com estampa de banda é quase o de sempre; dessa vez estou usando minha camisa do Led Zeppelin.
Como não havia molhado meu cabelo no banho, apenas uso o borrifador e uns truques que vi na internet para tentar modelar os cachos, já que meu cabelo tem vida própria e fica como bem entende. Finalizo com uma maquiagem para disfarçar a cara de cansada e voilà, pronta para enfrentar mais um dia.
Passo no quarto da AK e vejo que ela ainda está babando em seu travesseiro. Sorrio só porque sei que ela não irá ver, em seguida vou até nossa cozinha preparar o café da manhã.
Essa é a minha hora preferida do dia, dado que eu sempre me lembro dos meus momentos com meu pai.
"Cozinhar com sabor são delícias compartilhadas com amor." Ele dizia rindo enquanto preparava algo comigo sempre empoleirada no seu colo.
Apesar de o meu lado chef tentar se alastrar e ser explorado, me contenho por não ter tempo e monto a mesa com o que Ana Karine mais gosta. Café preto forte, suco natural de laranja, ovos mexidos, bolo e cereais. Não é o típico pão com manteiga, e alguma bebida, do café da manhã da maioria dos brasileiros, porque só isso não mata a fome daquela menina.
