Sentimentos Escritos

Casa de Papel 2

Pensei que era aquilo
Que tu eras a pessoa certa para dar a chave.
Devia apenas ter dado uma cópia.
Mas dei-te a verdadeira.
A original.
Com isso consegui ficar trancada dentro de uma casa a arder.
Mas disseste que tudo ia ficar bem.
Que a chama não me tocava.
Que eu não me queimaria.
Não estavas errada.
Não estavas errada porque realmente a chama não me tocou.
Quer dizer, tocou,
Mas nem reparei.
Pois o fumo da chama foi o meu alucinogénio e por isso,
continuava a sonhar e a acreditar em ti
Enquanto o fumo entrava nos meus pulmões e me queimava por dentro;
Enquanto me matava;
Enquanto me sufocava;
Enquanto tu estavas da parte de fora
a ver a casa a arder.
Sabias que a casa estava a arder
Sabias que eu estava dentro dela
Sabias que tinhas sido tu a deixar-me presa lá dentro.
Não foste capaz de parar o fogo.
Não foste capaz de abrir a porta e simplesmente deixar-me sair.
Só queria sair.
Preferia sair do que ser enganada e sufocada pelo fumo.
Porque é que não me deixaste sair?
Só queria sair.
Podias nem lá estar quando eu saísse.
Mas ao menos deixavas-me fazê-lo.

Sair.

Mas preferiste que os meus pulmões se enchessem
E que eu sufoca-se com a ilusão de um cenário cor de rosa.
E no fim, eu ardi dentro de casa,
sem sequer querer abrir a porta
pela esperança que tu ainda vinhas.
Mas, obrigada.
Obrigada porque por deixares a casa toda arder,
tudo desmoronou.
E no final,
depois até do fumo sair dos pulmões e da mente,
(eu) pude abrir os olhos
e ver-te do lado de fora dos destroços,
E por isso, obrigada.
Agora. Vou sair dos destroços e construir uma nova casa.
Não tão frágil.
Sem ser de papel.
Sem cópias de chaves,
Só com a original

E a original comigo.

Hey guys! Mais uma vez espero que estejam a gostar e por favor votem e se possível comentem, leva menos de um minuto, então really asking that

Gosto muito de vocês! Até ao próximo texto/poema!