Prólogo

372 4 0
                                    


Reino de Icarus, ano 1025 A.N.E (Após a Nova Era)

Sala de Desenvolvimento e Redescoberta de Tecnologia Antiga (DRTA)

Objetivo: Recuperar os conhecimentos e artefatos dos Antigos, remodelando-os e recriando-os.

Nesse local, dois homens de jalecos brancos estavam testando um pequeno aparelho retangular preto, um homem de meia idade, calvo e de longa barba que cobria todo o seu queixo. O outro de aparência mais jovem com cabelos até os ombros era seu assistente e segurava o pequeno aparelho.

— E então? Está conseguindo gravar? — perguntou o homem calvo, alisando um tufo de cabelo isolado em sua cabeça.

O assistente aperta algumas vezes a tela do pequeno objeto, e em seu último toque o aparelho responde com um apito agudo.

— Espera um pouquinho... estou ajustando o ângulo e a luminosidade... — O assistente acenava para continuar. — Mas eu já entendo como funciona...

O senhor ficou na frente, posicionado a uma certa distância entre o objeto e ele.

— Ótimo, depois que mostrarmos essa tecnologia que aquele "merdinha do fogo" usava, podemos fazer outras e cair nas graças do Rei! — O senhor falou orgulhosamente, alisando a barba. – Há quantos dias ele está lá mesmo?

— Hum, se eu não me engano, quatro dias... — O jovem continuava mexendo no aparelho. Depois, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Mas tenho que admitir que é assustador passar perto daquele lugar, os gritos dele não param nunca...

— Esqueça isso! Termine essas configurações, eu estou ficando nervoso por ficar tanto tempo parado aqui, pareço um idiota! — esbravejou o chefe.

— Certo, certo. Então que tal darmos uma volta nos corredores do castelo enquanto você fala? — O assistente apontava para a porta de saída.

— Ótima ideia! Sigam-me! — O homem saiu da sala rapidamente enquanto ajustava seu jaleco.

Ele tossiu algumas vezes e continuou a falar com uma voz mais grossa e imponente. O assistente apertou algumas vezes o estranho objeto, mostrando tudo o que o senhor fazia. Com o indicador, o moço deu o sinal para falar.

— Primeiro relatório de demonstração em vídeo, vamos caminhar em vários lugares, percorrendo todo o Reino de Icarus... Argh!

Um estrondo ocorreu e a gravação foi interrompida. O tremor era tanto que chegou a vibrar o chão e derrubar alguns quadros nas paredes, os objetos e vasos em cima da mesa. Mesmo durando apenas alguns segundos, foi o suficiente para criar algo como um terremoto naquele lugar.

— O que foi isso?! Chefe? — perguntou o jovem.

— Eu não sei.... Vamos! Temos que verificar! — disse o chefe olhando para o corredor.

O alarme começou a soar de forma estridente, o ritmo em que apitava sempre havia algum significado: invasão de tropas inimigas, desmoronamentos, incêndios e entre outros. Nesse caso em especial, uma ameaça interna no nível máximo.

Correndo pelo corredor do castelo, ambos chegaram a uma escadaria em espiral que levava ao térreo. Depois de descerem, seguiram para o salão principal, onde eles poderiam encontrar alguém que pudessem lhes dizer o que estava acontecendo.

Porém não havia uma alma viva sequer no salão, nem mesmo os dois guardas que dedicavam a vida para proteger aquele único cômodo. As mesas estavam todas desarrumadas e com diversos papéis esparramados pelo chão, as cadeiras em sua maioria foram arremessadas. Era como se todos estivessem fugindo de algo. Mas o que seria?

As Armas do Gênio Imortal Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora