— Entendo bem como se sente. — Sorrio apontando para uma porta mais adiante e ela se vai.

Assim que fecha a porta o elevador se abre e Marcelo sai, vindo até mim com o semblante sério e preocupado.

Fico em alerta.

— Precisamos conversar. — Profere ao se sentar e por algum motivo me vejo engolindo seco — Olha, vou ser bem direto Deise, sou um homem sério e admirador de pessoas diretas e verdadeiras. Então vai lá minha pergunta, você tem algum tipo de rolo com Anderson?

Tenho uma crise de tosse seca e exagerada ao filtrar sua pergunta.

Meus olhos dobram de tamanho. Eu sem sombra de dúvidas não estava preparada.

Me recoponho.

— Não Marcelo. Porque a pergunta?
—  Tento não demonstrar que esse questionamento mexeu comigo soando indiferente. Tenho uma culpinha no cartório.

— Me desculpe mas eu não acredito. — Balança a cabeça talvez para enfatizar o que diz. — Não tem lógica.

— Olha Marcelo, eu realmente quero ser sua amiga mas essas perguntas fogem do permitido, eu não tenho nada com o meu chefe se é isso que quer saber, agora se acredita ou não, desculpe mas não é problema meu. — Sou sincera.

— Só estou querendo entender o que Anderson foi fazer na minha casa. Aliás, ele apareceu bêbado e em um quase descontrolamento com direito a um maldito soco na minha cara merda.

— Não estou entendendo. — E realmente não estou.

— Ele nos viu nos estacionamento, bebeu com dor de corno e foi atrás de você na minha casa, praticamente invadiu a minha residência atrás da senhorita, logo em seguida chegando a conclusão de que transamos após achar o seu brinco no chão do meu quarto. — Explica pacientemente, me deixando em choque.

— Você só pode estar brincando. — A incredulidade em minha voz é audível.

— Não estou. Se quer saber o soco doeu pra caralho. — Leva a mão ao maxilar — Se realmente não tem nada entre vocês deixe isso claro para ele Deise, somos amigos e sócios á anos e foi a primeira vez que isso aconteceu, Anderson não se apega a mulher, e temo que isso esteja acontecendo agora, temo por você e por ele. O fato de nunca ter acontecido é ruim porque ele não sabe como vai reagir a isso, é novo.

— Você fala como se a culpa fosse minha. — Estou nervosa e preocupada agora.

— Nunca. — Pega a minha mão — Mas é algo que talvez só você possa resolver se for real, dá uma basta. Talvez até mandar a real para que ele caia em si.

— Você estar jogando em mim uma responsabilidade que eu não quero e não estou interessada. Eu e Anderson transamos a alguns dias. — Confesso baixo — Mas não acredito que ele tenha se apegado a mim tão rapidamente, por isso não quero me responsabilizar porque não é algo com que eu me importe.

Ele fica quieto uns instantes, ponderando minhas palavras.

E eu estou falando sério. Se isso realmente estiver acontecendo eu não tenho nada haver , me desculpe se eu estiver sendo malévola mas foda-se, eu vou fazer o que? Ir até lá e pedir para ele não se apegar a mim? Anderson já é grandinho e sabe lidar com seus problemas, creio eu.

— Tudo bem, me desculpa, você tem toda razão. — Ele leva minha mão a sua boca e no instante em que encosta os lábios na minha pele a porta é aberta e Anderson sai, a mulher vindo logo atrás, passando por ele e fazendo o caminho para o elevador.

O local exala tensão e eu me pego olhando para ele, me perguntando se realmente socou o amigo por mim, só porque transamos. Não tem sentido, nada mais tem feito sentindo a alguns dias para falar a verdade.

DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]Where stories live. Discover now