Capítulo 1 sem título

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Mais um dia. Estava em pé, olhando para o mar. As ondas vinham e batiam na areia. Espuma branca, borbulhando na escuridão. Seria mais uma noite de espera.

A maresia no rosto misturado com as lágrimas. É mais um dia que termina sem respostas. Passos curtos e cansados a levavam de volta para casa. O pé afundava na areia, como se a tragasse para baixo lhe mostrava que ali era seu lugar. De onde ela nunca deveria sair. Aqueles passos lhe levavam a sua realidade: ela estava só.

Enxugava as lágrimas e afastava os cabelos assanhados do rosto. Fios levados pelo vento. Estava frio. A noite seria longa e fria. Abriu a velha porta de madeira que rangeu quebrando o silencio da noite. Ascendeu a lareira e o ambiente se aromatizaram com fumaça. Em seguida ascendeu o forno enquanto preparava o jantar.

Sua vida era sofrida. Viver é sofrer.

Nora era uma mulher que aparentava mais idade do que realmente tinha. Avida nunca foi fácil. O sofrimento dos últimos dias era visível no seu rosto em cada expressão, em cada suspiro.

Se serviu e se sentou na mesa. A pequena casa estava escura. Se levantou e colocou a velha lamparina na mesa. Aquela luz, que aumentava e diminuía ao sabor do vento, era a única chama de vida presente naquele ambiente. A chama era a sua única companhia naquele momento. E com o vento, ela se apagou.

Amanheceu na ilha dos Guirás. 

Ilhas das Sozinhasحيث تعيش القصص. اكتشف الآن