Capítulo 8

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 Quando se levantou Nicolas estava um pouco mais disposto, mas ainda assim chateado, no entanto tratou de melhorar o humor, afinal Esmeralda e o Inácio não tinham nada com a situação e não mereciam que ele aparecesse mal-humorado na festa.

Já Micaela não estava nem um pouco disposta a ir, mentira para Nicolas em relação a não se importar com o que as pessoas diziam. No começo realmente não se importava, mas com o passar do tempo acabou se cansando. Qualquer coisa a qual você se dedica por tanto tempo e não há nenhum resultado acaba cansando.

No entanto ao chegar na casa colocou o melhor sorriso no rosto e cumprimentou os anfitriões de modo normal. Não podia deixar de pensar que estava sendo falsa, assim como jurou que não seria, estava se igualando a todos ali. E aquilo incomodava, Micaela não era mais ela mesma, era apenas a senhora Lambertini, a rainha de Vienere Montanaris, uma perfeita dama como todos esperavam.

O que aliviou um pouco o nó na garganta foi a chegada de Giih que em momento algum deixou Micaela, sabia por tudo que ela passava e se revelara uma grande amiga.

Em certo momento da festa ela e Nicolas se separaram e Micaela ficou a sós com Giih, logo um amigo da ex atriz se aproximou.

— Giih! – Cumprimentou o rapaz de cabelos claros – Quanto tempo!

— Conrado! – Respondeu ela lhe dando um abraço – Como vai?

— Estou ótimo, e você?

— Estou bem. Me permita te apresentar Micaela. Micaela essa é um antigo amigo, Conrado Lacerda.

— Muito prazer. – Disse Micaela estendendo a mão em cumprimento.

— O prazer é todo meu em finalmente conhecer a tão famosa senhora Lambertini. – Respondeu o rapaz, tomando sua mão e beijando os nós dos dedos.

Micaela se surpreendeu com o gesto e um pouco retraída disse:

— Obrigada.

— Acho que você conhece o Nicolas, não é, Conrado? – Interveio Giih que notou a intenção de Conrado.

— Sim, sim. Estudamos na mesma universidade.

— Que bom. Ele deve estar por aí. De certo já vem para perto de Micaela.

Conrado simplesmente ignorou Giih e continuou encarando Micaela de modo pouco cavalheiresco e disse:

— Se me permite dizer, a maternidade a deixou muito bonita. Mais do que já é!

— Obrigada. Obrigada mesmo. – Respondeu Micaela claramente envergonhada.

Giih olhou ao redor para ver se Nicolas não presenciara a cena e por puro azar ela o avistou ao longe olhando fixamente para eles, com uma expressão.... Nada amigável por assim dizer. Estava em uma roda de amigos, mas sequer prestava atenção na conversa.

Sendo assim ela tratou de afastar Micaela de Conrado e a levou para outro canto do salão. Logo elas começaram uma conversa com a senhora Bryer, outra mulher também discriminada por todos ali presente.

Ela e a filha, Maria Luiza, eram extremamente bonitas, os olhos azuis brilhavam como tanzanitas e os cabelos loiros pareciam sedosos. A beleza não era um problema para elas, mas o modo como ela entraram na "sociedade" incomodava e muito as pessoas. E Micaela achava aquilo simplesmente ridículo.

Alguns anos antes a senhora Bryer se casara com um empresário muito bem-sucedido, tiveram um casamento muito feliz e exemplar, o senhor Bryer tratava a enteada como uma filha, pois ele nunca se casara antes e, portanto, não tinha herdeiros. No entanto ele havia falecido de infarto alguns meses antes e deixado tudo para as duas, e foi aí que começaram os boatos.

Julgado. Um passado de Nicolas Lambertini - #2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora