Tenra Infância

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Dispunham-se as roseiras molhadas, os frios das madrugadas, a cantar-me os júbilos enganosos da vida.
Dispunha-me eu, de poucas palavras, de vocabulário limitado, para corresponder à altura, as poesias tão belas do mundo.
Eu era tão jovem e a experiência faltava-me. Era como fogo a querência de viver os anos, mas como chamas apagadas, as carências de meus planos.
Era o meu sorriso pequeno, pois as rosas falavam-me às vezes, aquelas palavras bonitas saídas do meu coração. A alma respirava os ares de dentro e eu como pássaro engaiolado, só queria voar...
O cheiro das nuvens tocavam-me as pontas vermelhas dos dedos e os pulmões inflamados da dúvida, metiam-se na especialidade da aurora louca da minha existência. Eu era tão pouco no muito e tão muito no pouco. Os eufemismos faltavam-me, mas tinha eu cá comigo, os segredos e as bases do louco.
Era eu a essência de mim mesma, a contemplar a cor do vestido de chita, que a menina sapeca sujou de lama antes do pôr do sol. Bons tempos eram aqueles, da tenra infância dos meus anos...

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