— Obrigada — agradeceu a menina, pegando os doces e se direcionando à saída.
Me aproximei de Luiz Pedro Fernando Henrique, cruzei os braços e perguntei:
— Quem era aquela garota? — Ele pareceu não ouvir, ficou paralisado, olhando para o nada, e dando a entender que estava apaixonado. — Ei, estou falando com você!
— Oi, o que foi? — questionou meu filho, confuso.
— Nada, não — falei. — Vá para casa.
— Não, estou aqui para te ajudar.
— Sério?!
— Sim. Percebi que você estava meio cansado pela manhã, e como não pude passar o dia na loja, resolvi ajudar agora. Tudo bem?
Assenti com a cabeça.
— Pode guardar essas coisas aqui nos fundos? — pedi, apontando para as caixas.
— Claro — respondeu Luiz Pedro Fernando Henrique.
Ele colocou a mochila sobre o balcão, arregaçou as mangas e começou a ajudar.
Aproveitei o momento e fui para o caixa fazer a contagem do dia.
💚💚💚💚
Mais tarde, ao chegar em casa, deitamos com tudo no sofá da sala. Ambos estávamos cansados e isso era nítido.
— Nossa, pessoal, que cara, hein! — exclamou Kauany, que estava com os braços cruzados, encostada na parede e mastigando chiclete.
— Não enche, garota — soltou Luiz Pedro Fernando Henrique.
— Não enche, garota — ironizou minha filha.
— Eu não falo desse jeito — defendeu-se meu filho.
— Eu não falo desse jeito...
— Parem os dois! Agora — ordenou Débora, vindo da cozinha.
— Perdão, mãe — desculpou-se Kauany.
— Tudo bem. Só não há motivo para vocês ficarem discutindo, né?
Tive que concordar, mas estava muito exausto para falar alguma coisa.
— Vamos para o quarto — disse Luiz Pedro Fernando Henrique.
— Isso — concordou Débora. — Vão se aprontar para o jantar.
Os dois foram para o quarto, sem discutir.
Notei que minha mulher mudou o jeito de falar com nossos filhos. Parece que agora, ela é mais tranquila e compreensível.
— O que houve? — perguntei, confuso.
— É tanta coisa, sabe? Se eu fosse falar tudo, passaria dias aqui — revelou Débora.
— Como assim?
— Arrumar a casa, deixar tudo arrumado, ser mãe, mulher, ter tempo para mim... São tantas coisas para fazer que acabo me perdendo no meio de tudo. — Comecei a rir. — Do que você está rindo?
— Nada, meu amor, nada — respondi.
Ela deu meio sorriso e disse:
— Acho bom.
Me aproximei de seu rosto e a beijei.
— Te amo — cochichei em seu ouvido.
Débora se levantou do sofá e soltou:
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Confissões de uma família (quase) perfeita!
HumorA vida é realmente cheia de altos e baixos, tipo uma caixinha de surpresa. Nesta história, uma família passa por situações que acabam levando a muitas reflexões. O filho tem que lidar com as paranoias dos pais e encontrar maneiras de sair das enrasc...
💚 RICARDO 💚
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