Prometeo

Two

N/A: Oi meus amores! Segundo capítulo pra vocês, espero que gostem!

Leiam as notas finais. 

Boa leitura!

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VALENTINA

Bufei perdendo a paciência, era a terceira vez que Santiago me dava um sermão aquele dia. Eu sabia que não devia ter tentado fugir outra vez, mas era impossível negar a tentação de ir embora e explorar todos os lugares possíveis de Feyter até encontrar meu Prometeo. Odiava pensar que amanhã de manhã eu estaria no palácio da família Valdés, indo encontrar a mulher com quem teria de me casar e passar o resto de minha vida: Juliana Valdés.

-Valentina, você não pode fazer mais isso! – Repetiu meu irmão pela quinta vez. – E se te acusassem de traição? Já pensou nessa possibilidade? Você teria de viver em masmorras e não existiria nada que o pai poderia fazer, imagine o escândalo Val... – Interrompeu o que ia dizer, era óbvio que iria mencionar Guillermo.

-Santi, eu já entendi, será que podemos deixar isso pra lá e procurar algum lugar decente para passar a noite? – Perguntei com uma pontinha de esperança, se eu não pudesse me banhar e me arrumar novamente seria obrigada a chegar no castelo com um vestido amassado e um penteado desfeito, tudo que eu não queria era demonstrar qualquer sinal de que não estava preparada para encarar uma vida ao lado da futura Rainha de Mareniss e, em consequência, ser a Rainha dela.

-Você ouviu o que o pai disse. – Santiago tinha um tom cansado, sempre que eu fugia era ele que tinha de vir atrás de mim. – Sem paradas até chegar no castelo, você devia ter pensado nisso antes de fugir, Val.

-Como você pode ser tão duro comigo sobre isso? Pelos Deuses, Santi, você não se importa mesmo em não estar com o amor de sua vida? – Reclamei e me arrependi logo em seguida ao ver a expressão de tristeza em seu rosto.

-Você realmente pensa que eu não ligo para meu Prometeo? Como eu poderia não ligar? – Abaixou a cabeça, observei a decepção tomar conta de meu irmão e finalmente vi todo seu cansaço nisso tudo. Seus olhos possuíam olheiras escuras, seu cabelo estava levemente desgrenhado para um Príncipe e seu terno de linho branco estava um tanto amassado.

-Me desculpa. – Disse cansada e percebendo um grande sentimento de derrota se apossar de mim. – Eu estou muito decepcionada com isso tudo.

-Sabe Val, se eu tivesse nascido um minuto antes, eu que estaria casando com Juliana Valdés. – Tentou me lançar um meio sorriso. – Isso aconteceria com um ou outro, mas você sempre foi tão competitiva que decidiu que nasceria antes e carregaria isso consigo.

-Isso é tão injusto, Santi. – Abaixei a cabeça ao perceber que as lágrimas estavam prestes a escorrer pelo meu rosto. Controle-se Valentina, você sabe que tem deveres e precisa segui-los para que seu povo viva bem e em paz.

-Está tudo bem se você precisar chorar. – Me abraçou de lado. – Às vezes eu choro também. – Dei um pequeno sorriso ao meu irmão enquanto sentia uma única lágrima rolando solitária em minha bochecha. – Afinal, você já sabe algo sobre ela? – Perguntou secando meu rosto.

-Sei o que todos sabem, que ela é a única filha de Chino e Lupita, tem vinte anos e possui o poder de controlar e criar o fogo. – Santi sorriu.

-Isso é interessante Val, visto que você possui o poder da água. – Me mostrou a língua e riu da situação.

-É apenas uma suposição, você sabe. – Cutuquei o ombro do meu irmão para que parasse de me provocar. – Tenho uma forte impressão de que isso não vai dar certo. – Disse enterrando meu rosto em minhas mãos.