So much for My Happy Ending

Rockabye

Depois de terminarmos os pasteis ficamos sentados por um tempo conversando, até que eu me decido e enfim digo para Alex.

- Sabe, durante esse tempo em que a gente comeu e conversou, eu percebi que você fez um dos momentos mais tristes da minha vida os mais felizes. – Começo a falar e o sorriso no rosto de Alex evidenciava que ele estava feliz em ouvir isso. – Então, eu sei, na verdade ambos, sabemos que eu tenho contas à acertar com o Lucas e eu gostaria de saber se você poderia vir comigo, sabe, para me dar apoio emocional e físico. Porque você faz isso em mim, me faz forte.

Ele sorri e diz de uma maneira tão doce que me derreteu todo.

- Sempre. – E firma mais o seu olhar. – Sempre que precisar, eu vou estar ao seu lado, mesmo que você não queira.

- Era o que eu precisava ouvir.

Então eu puxo o celular e o ligo, ignorando todas as mensagens de Lucas e respondo simplesmente:

"Se você quer me encontrar para conversarmos, me encontro no Parque às 18:00, sem falta."

A resposta veio imediatamente:

"OK, estarei lá no horário marcado, por favor me dê uma chance, uma chance para nós."

Ignoro e olho para Alex que já havia se levantado, ele me estendeu a mão para que eu segurasse.

- Vamos?

- Vamos.

Entrelaço nossas mãos e vamos andando de volta para o Parque. Eram 17:30, então chegaríamos ao Parque no momento exato.

Estaria um clima tenso no ar, se não fossem as histórias de Alex. Eu acho que para alguém de 25 anos, ele já havia vivido demais. Digo isso sem muita razão, uma vez que tínhamos apenas alguns meses de diferença.

- Então, foi assim que eu descobri que tenho alergia à sabonete. – Ele concluiu mais uma história. – Exceto sabonete líquido e também posso te dizer que o Google não é confiável para diagnósticos, pois eu confundi uma ferida normal com sarampo, isso sem contar que o Google disse que podia ser câncer.

Eu ri bastante dessa parte simplesmente pelo fato dele ter dito que bateu um enorme desespero nele.

Andar com Alex de mãos dadas era tão relaxante quanto fofo.

Já contei que perco a noção do tempo quando me divirto com ele?

Enfim, esse foi o melhor encontro que tive. Simples e perfeito.

Quando menos me dei conta, percebi que chegamos ao Parque e sem muito esforço encontro Lucas na multidão. Quando o vejo, me aperto no braço esquerdo de Alex. Ele me olha espantado, interrompendo sua história ele segue o meu olhar e acho que ele percebeu o motivo do meu espanto.

- Aquele é o tal babaca? – Ele pergunta quando visualiza o Lucas. – É, eu sou melhor.

Apesar de estar tenso, eu dou uma risada.

O caso é que Lucas sempre fez sucesso com as pessoas: alto, bronzeado, barba feita, cabelo alinhado e quase sempre usava calças justas, com o intuito de "enaltecer as minhas pernas", como ele dizia. E o seu maior defeito: narcisismo. É um detalhe que eu só percebi após o ocorrido, ele se põe como o centro do Universo e quase sempre esquece o sentimento alheio.

Quando ele finalmente me acha, seu sorriso se esvai, eu tenho quase certeza que foi por conta do Alex. Parando pra pensar, ele devia pensar que eu apareceria cabisbaixo e com olheiras, rastejando para ele sem muito amor próprio.