Capitulo 2

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MIA'S POV

Abri os olhos lentamente, tentando perceber onde estava, mas não valeu a pena. A escuridão envolvia-me. Um lenço dava a volta á minha cabeça, prendendo-se na minha boca e impedindo-me de gritar por ajudar. Sentia os pulsos arder, e algo metálico a prende-los. Tentei mexer as mãos, mas arrependi-me assim que senti o sangue escorrer dos recentes cortes, devido as algemas muito apertadas.

Permaneci imóvel, observando o ambiente escuro onde me encontrava. O meu corpo estava deitado sobre algo duro, e senti-me abanar ligeiramente assim que o chão o fez. Como se estivesse dentro de um carro. E foi nesse preciso momento que tudo o que acontecera me voltou á mente.

Fui raptada! Aqueles rapazes raptaram-me! Mas como!? Como é que eles sabiam onde eu vivia!? Como é que eles sabiam que eu ia apanhar um taxi!? Como era possivel!?

E o pior de tudo, é que não podiam ter escolhido uma altura mais perfeita para o fazer. Toda a minha família pensa que estou a caminho de Nova Yorque. Ninguem me virá procurar. Estou sozinha. E eles sabiam-no.

Senti as lágrimas começarem a escorrer-me pelos olhos, enquanto um soluço era abafado pelo lenço na minha boca. Isto era demais para mim. Nunca consegui aguentar esta quantidade de medo. Apesar de so a ter esperiênciado uma vez. Agora duas.

Não sei quanto mais tempo permaneci ali. Nem quanto já havia permanecido. Batia com a cabeça no teto sempre que o carro passava por cima de uma lombada. Os meus pulsos cada vez me doiam mais, e o ar era bastante pesado, dificultando-me a respiração.

Felizmente, alguns minutos depois, este parou. Senti o motor ser desligado, antes de ouvir portas a abrirem-se, seguidas por passos e vozes.

-Despachem-se! O Houst está á nossa espera!

- Tem calma. Deixa-nos só tirá-la da mala.

Esta havia sido muito proxima, avisando-me de que eles estavam mesmo ao meu lado. Ouvi algo a abrir, e a luz rapidamente invadiu a escuridão onde me encontrava. Olhei para cima com alguma dificuldade, e reconheci dois dos meus raptores. O rapaz que ia a conduzir e o de cabelo laranja, que penso dar pelo nome de Ed, encontravam-se agora a olhar para mim.

-Eu disse-te para lhe dares uma dose mais forte!

O de cabelo castanho parecia ligeiramente irritado com o outro, enquanto esse apenas sorria. Pelas suas atitudes, suponho que seja o mais novo de todos. É o unico que parece estar mais descontraido com tudo isto. Como se fosse divertido raptar-me.

Ed: Não tinha nenhuma das mais fortes.

- Não interessa. Da-lhe outra. Mas despacha-te! Ele está à nossa espera.

O ruivo retirou uma nova seringa do bolso, enquanto o outro se debruçava sobre mim, impedindo-me de me mexer. Ele injetou-a no meu braço e senti-me adormecer novamente. Mas não sem antes o de cabelo castanho me pegar ao colo, retirando-me de dentro da mala, no momento em que os meus olhos se fecharam.

Quando os abri novamente, estava outra vez num ambiente escuro. Para alem do que me tapava a boca, um novo lenço cobria-me agora os olhos, impedindo-me de os abrir. Pelo menos os meus pulsos já não me doíam tanto.

Amaldiçoei-me por falar cedo de mais! Porque assim que mexi as mãos, senti as algemas rasgarem-me de novo a pele, e um riu de sangue a escorrer-me pelo braço, enquanto gemia de dor. Tentei colocar-me numa posição mais favoravel, mas não consegui.

O carro havia recomeçado a andar, mas não por muito tempo. Acabou por parar poucos segundos depois de eu ter recuperado a consciência, antes de as portas e a mala serem de novo abertas. Senti umas mãos a agarrarem-me, retirando-me de dentro daquele compartimento apertado e pousando-me no chão. Sabia que se encontravam dois corpos junto a mim, pela maneira como me seguravam os braços e me puxavam por um caminho de pedra.

Help Me (h.s.)Where stories live. Discover now