Culpa

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Querido você,

       Eu queria ser boa em cozinhar, ter conversas sérias, ou até mesmo em demonstrar meus sentimentos como você é, mas infelizmente, eu não sou, nunca fui e, provavelmente, nunca serei. Mas eu escrevo mais ou menos e, talvez, essa seja a única forma que eu saiba expressar alguma coisa de verdade. É por essa razão que te escrevo hoje.

      Primeiramente, eu queria poder te agradecer por ser essa capivarinha maravilhosa que sempre cuida e não desiste de mim. Ao contrário de você, sou uma namorada tão boa quanto um cone poderia ser, e nós dois sabemos muito bem disso. Eu gostaria, com todas as minhas forças, de conseguir suprir todas as suas necessidades e expectativas sobre mim. Eu já tentei, eu sempre tento (apesar de não parecer), mas eu sempre falho (é por isso que nunca parece). Sempre acabo nesse círculo vicioso de te desapontar, tentar me redimir, nunca conseguir, você me perdoar e fingir que tá tudo bem. E então eu começo tudo de novo. Como de costume, eu gostaria mesmo de me desculpar por isso e agradecer, de novo, por sempre me perdoar.

      Às vezes, eu posso parecer um furacão com toda minha loucura, manias e neuras, mas você é minha calmaria. Você é o vento morno que bagunça meus cabelos e sussurra que vai dar tudo certo. É os raios de sol que me enrolam num abraço quente protetor e me fazem sentir melhor. Seus olhos são o mar num dia calmo e ensolarado que repõem minhas energias. E ter você do meu lado, é como ter um momento de calmaria dentro do turbilhão enfurecido dentro de mim.

      E por último, eu queria agradecer novamente, por você ser capaz de transformar esse pequeno e caótico pedaço de ser humano, em um chumaço de cabelo mais tranquilo. E me desculpar por ser o furacão que abala sua tranquilidade.

      Posso estar muito longe de ser a melhor pessoa do universo, mas eu chego um pouquinho mais perto quando estou com você.

Com amor,

Eu.

Antologia LímbicaWhere stories live. Discover now