(...)

James estava levando as malas até a garagem do prédio, não era muita coisa, apenas o necessário para alguns dias ou semanas... Logo atrás, caminhava Elizabeth de mãos dadas com Harry, e mais uma dúzia de seguranças ao redor para acompanhá-los durante toda a viagem. Ela não via necessidade de tantos homens assim, mas Harry discordava do seu ponto de vista e se fosse preciso, colocaria mais.

Harry abriu a porta da sua Ranger Rover, o carro que mais se sentia orgulhoso por colecionar, e estendeu o braço para que sua namorada pudesse entrar no banco do carona. Já era noite quando pegaram a rodovia e seguiram até a pequena vila onde o pai de Elizabeth vivia, em Cooperstown.

Haviam mais uns cinco carros da segurança seguindo-os durante o percurso, para evitar uma emboscada ou qualquer outro tipo de coisa. Elizabeth não fazia ideia de como explicaria tudo isso à sua família, esperava que eles fossem compreensíveis.

- Eu ainda não vejo necessidade de tantos seguranças. - ela resmungou.

- Não vamos voltar de novo para esse assunto, por favor, Eliza.

- Só estamos indo passar o Natal em um lugar distante, mas parece que estamos longe de alcançar a paz.

- Eu sei que você não gosta de estar nessa situação, e eu também não. Mas estou fazendo o que posso para acabar com isso, então vamos mudar de assunto.

- Tudo bem. - Elizabeth murmurou. - Estive pensando em adotar um cachorrinho. Me sinto sozinha no apartamento depois que Cheryl foi embora. Ainda é estranho pensar que moro sozinha.

- Seria legal um cachorrinho. - Harry respondeu, mantendo sua atenção no volante. - Mas talvez seja a hora de você passar mais tempo comigo, ou morar.... - disse, sugestivo.

- Está me chamando para morar com você?

- Pensei que já estivesse óbvio o meu convite.

- Mas eu ainda vou adotar um cachorrinho. - ela riu, convencida. - E não precisa se preocupar, eu vou cuidá-lo muito bem, até como se fosse um filho.

A última palavra havia mexido um pouco com Harry. Um filho. Porque ele não conseguia se imaginar sendo o pai de alguém, mas talvez cuidar de um cachorro não fosse tão difícil assim.

Ele deu uma rápida olhada para a mulher ao seu lado, sem tirar a atenção da rodovia por mais de alguns segundos, e observou a felicidade explícita no rosto de Eliza por apenas adotar um cachorro. Tudo isso parecia significar muito para ela. E, então Harry se sentiu um cara egoísta por negá-la o direito de ter um filho... construir uma família.

Só precisava de mais tempo para pensar nessa ideia.

(...)

- É aquela a sua casa? - Harry perguntou, apontando para a casa amarela no fim da rua.

- Sim. É a minha casa. - respondeu. O lugar continuava idêntico.

Todos os carros pararam na calçada em frente à casa, e rapidamente Elizabeth saiu correndo para apertar a campainha da porta. Fazia isso todos os anos. Era a sua velha e pequena tradição. Harry vinha logo atrás, mas os seguranças permaneceram dentro dos carros para não assustar a família de sua namorada.

Não demorou muito para que um homem surgisse. Era o pai de Elizabeth, John Cliford. Ele carregava um sorriso no rosto, junto com uma toalha de prato no ombro.

- Querida... - ele sussurou, abraçando a única filha. - Estou com tantas saudades.

- Eu também, papai. - sorriu, ainda contida pelo forte abraço do pai. - Gostaria que o senhor conhecesse alguém especial para mim. - em um movimento sutil, puxou Harry para mais perto. - Este é Harry Styles. Meu namorado.

- É um prazer te conhecer, Styles. - John falou, gentilmente. - Espero que esteja tratando a minha garotinha bem.

- Ele faz o máximo que pode, papai. - Eliza brincou, adentrando na sala de estar junto com os dois rapazes. - Aonde está a vovó?

- No bingo da igreja, como sempre. - ele riu. - Antes do jantar ela aparecesse. Você sabe o quanto ela adora um pernil assado.

- É, eu sei bem.

- Você trabalha com o que, Harry? - John perguntou curioso, dando uma rápida olhada pela janela da sala. - E por que tem tantos carros parados na frente de casa?

- Eu sou o dono da Styles Enterprises, Sr Cliford. - ele respondeu paciente. - E esses carros aí fora são para nossa segurança. É melhor que seja assim.

Elizabeth o encarou como se pensasse "Eu te disse para não falar sobre isso com o meu pai", e cruzou os braços, nervosa. Ela não queria que sua família ficasse preocupada.

- Uau. Deve ser interessante ser dono de uma empresa. - John disse pensativo. - Sabe, eu sou contador de um mercadinho no centro da Vila. Trabalho lá há mais de 10 anos, mas sempre imaginei como seria se eu fosse dono de um pequeno negócio.

- Talvez seja mais cansativo do que você pensa. - realmente era, ele nem se lembrava da última vez que dormiu direito e sem se preocupar com assuntos importantes. - Mas no final, é recompensador.

- Por que a árvore de Natal já está montada, papai? - Elizabeth apareceu novamente, desanimada. - Essa era a nossa tradição mais importante.

- Sua avó não está muito bem da cabeça nesses últimos meses. - explicou ele. - Outro dia eu cheguei e ela já tinha montado a árvore. Não tinha o que fazer.

- Está tudo bem então... - ela murmurou, sendo vencida. - Vamos colocar as malas no meu quarto, Harry.

Os dois subiram até o cômodo onde a garota passou grande parte da adolescência, o seu pequeno refúgio pintado de lilás e com cartazes de boybands espalhados por todo canto. Ela fazia questão de não mecher em nada, para permanecer com memórias antigas de quando sua mãe ainda era viva.

Tudo isso continua sendo muito especial.

- Se quiser, pode guardar suas roupas no meu armário. Deve ter espaço suficiente para nós dois. - avisou.

- É claro.

- O que achou daqui? - ela perguntou, curiosa.

- É muito diferente do que estou acostumado, mas não significa que seja ruim. - ele se atrapalhou com as palavras, mas Eliza havia entendido bem. - A humildade do seu pai é maravilhosa, e eu admiro pessoas assim. Essa casa parece um lar de verdade, onde eu adoraria ter crescido. É tudo muito interessante e novo para mim, mas eu gosto de estar com você agora.

- Eu adoro casas que refletem sentimentos tão bonitos. - ela argumentou. - Talvez seja por isso que eu adoro estar de volta.

- Nós podemos comprar uma casa quando voltarmos para Nova Iorque. Se quiser, é claro.

- Isso é uma responsabilidade muito grande, Harry. Vai ser a nossa casa, e precisa ser um assunto tratado com carinho.

- O que você escolher, eu irei aceitar. - Harry sorriu, talvez com o sorriso mais brilhante que Eliza já tinha visto.

- Nós vamos conversar sobre isso depois, tudo bem? - perguntou, gentil. - Não precisamos de pressa para essas coisas.







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