- Elizabeth? - ouvi a voz de Shawn, que permaneceu do lado fora do elevador depois que as portas se fecharam. Não deu tempo de cumprimentá-lo.

Cheguei até o andar de Harry, e caminhei até sua sala como sempre fiz. Tudo ainda continuava igual, dando-me uma leve saudade de trabalhar como sua secretária.

- Tem alguma reunião marcada com o Sr Styles? - uma moça de cabelos loiros perguntou, ficando na minha frente para impedir que eu entrasse no escritório de Harry. - Não estou autorizada a deixar nenhuma mulher entrar. Marque um horário e volte depois. 

- Eu sou a namorada do Harry. - falei simples, tentando ultrapassá-la. - Me deixe passar, por favor. - pedi, educadamente.

- Elizabeth Cliford? - ela perguntou.

- Sim, sou eu.

- Você pode passar sem problemas, todos aqui te conhecem. - sorriu, abrindo espaço para que eu pudesse passar. - Me desculpe pela inconveniência, só estava cumprindo as ordens do Sr Styles.

- Está tudo bem. - disse por fim, entrando no cômodo onde Harry trabalhava. Ele prestava total atenção na tela do notebook, e nem mesmo notou a minha presença. - Estou atrapalhando?

Rapidamente, ele levantou o olhar até mim, com o mesmo sorriso pelo qual me apaixonei.

- Você nunca atrapalha, querida. - disse. - Mas pensei que estivesse trabalhando agora.

- Pedi demissão, Harry.

- O quê? Por quê? - ele perguntou confuso. - Você não parece muito bem, Eliza.

- O meu novo chefe é um psicopata. Ele nos espionava há algum tempo, haviam fotos nossas em todos os lugares que você possa imaginar, guardadas em pastas. - tentei explicar. - Eu vim pra cá o mais rápido que pude para te contar. - murmurei.

- Ele fez alguma coisa contra você? Te assediou? - Harry se levantou da cadeira de couro, vindo da minha direção. - Se esse doente encostou em você, ele vai se arrepender pro resto da vida. - falou, preocupado.

- Alfred nunca me tocou, Harry.

- Alfred? Alfred? - perguntou, de boca aberta. - Eu não acredito que esse filho da puta chegou perto de você. Depois das ameaças que fiz, ele ainda foi capaz de se aproximar das pessoas que amo.

- Você o conhece? - questionei, desacreditada.

- Infelizmente, sim. - Harry deu de ombros. - Desde que fizemos faculdades juntos há algum tempo. Ele é dono de empresas de moda, meu concorrente há anos, mas nunca conseguiu me ultrapassar. Mesmo com todas as suas tentativas de me sabotar, ou até roubar minhas ideias, Alfred não conseguiu seu objetivo de me destruir.

- Tudo isso é loucura. - sussurei.

- E então ele decidiu se aproximar de você para me atingir. Alfred joga sujo, é um grande cretino de merda. 

- Ele seria capaz de me fazer mal?

- Talvez fosse uma questão de tempo para que isso acontecesse, ele deveria estar tramando alguma coisa para te prejudicar e, consequentemente, me prejudicar. - Harry me respondeu sincero. - Se ele fizesse algo contra você, eu iria atrás dele até no inferno se fosse necessário.

- Está tudo bem! Eu estou bem. - tentei acalmá-lo. - Não nego que estou apavorada com isso, mas você precisa ficar tranquilo, Harry.

- Vou colocar seguranças para te acompanhar o tempo inteiro, está bem?

- Claro que sim. Talvez eu me sinta um pouco mais segura. - respondi, sincera. - Não fui capaz de perceber que havia alguém me perseguindo, e me sinto uma idiota por isso.

- Você pode ficar no meu apartamento até essa história ser resolvida. Será o melhor para nós dois. - Harry explicou. 

Apenas balancei a cabeça, confirmando. Talvez permanecer ao lado de Harry por um tempo seja uma boa opção, para que eu possa acreditar que estou sendo protegida.

Pensei que Alfred estivesse obcecado por mim, mas isso tudo foi causado pela sua vontade de ser superior a Harry, para conseguir estar no topo. Ele é uma pessoa sem limites, cruel, e que não se importa em passar por cima das pessoas para ter o que deseja. Ele passaria por cima de mim sem hesitar.

- Eu não vou permitir que ele se aproxime de você, Eliza. - continuou Harry, puxando-me para um abraço apertado. Eu poderia sentir o seu coração acelerado e o quanto ele estava angustiado com essa situação. - Isso nunca vai acontecer.

- Sei que não deveria ter medo, mas estou apavorada. - desabafei, com o rosto apoiado em seu ombro.

- Eu também estou, amor. - ouvi o seu baixo sussurro, e logo em seguida um suspiro demorado. - Não suporta a ideia de você estar correndo perigo por minha culpa. Porra!



Adore you Where stories live. Discover now