- Seus truques não vão funcionar comigo. - falei, seriamente.

- Isso é o que vamos ver, Elizabeth Cliford. - ele retrucou, saindo da minha sala com o ego enaltecido.

Alfred não possuía escrúpulos, era um homem nojento com tais atitudes. A única coisa que consigo sentir agora é raiva.

Eu queria gritar e colocar isso pra fora de mim, pedir demissão desse lugar, que está começando a transformar minha vida em um inferno, e viver em paz.

(...)

• Narrador •

Ela chegou em casa depois das oito horas, e se assustou com a presença de Cheryl, Harry e Shawn no minúsculo apartamento, que já estava apertado com tantas pessoas dentro. Mas abriu o seu maior sorriso, mesmo que estivesse morrendo de cansaço, e cumprimentou cada um deles com um abraço.

Ninguém era culpado por ela ter tido um dia péssimo. Apenas Alfred.

- Nós ficamos preocupados com a sua demora, Eliza. - Cheryl resmungou. - Estamos te esperando há duas horas. Está tudo bem?

- Perdi a noção do tempo enquanto dirigia pela cidade. - ela se justificou. - E eu não fazia ideia de que vocês estariam aqui esperando por mim, senão teria vindo o mais rápido possível.

- Temos uma novidade pra contar. - Shawn se manifestou, animado.

- Querido, nós combinamos que contaríamos isso mais tarde. - Cheryl bufou frustrada. - Você não sabe mesmo guardar segredo. Tenha piedade, Shawn. 

- Desculpa, meu bem... - ele sussurou.

- O que é? - Harry questionou confuso. - Vocês vão adotar um cachorro? Ou um gato? Falem logo, por favor.

Elizabeth sabia exatamente do que se tratava, afinal, ela estava no dia em que Cheryl descobriu a gravidez. Era nítido a felicidade que o casal exalava. A maneira que eles se olhavam sorrindo prestes a contar a novidade, também era especial.

- Tenha paciência, Harry. - disse Elizabeth.

- Vocês vão ser os padrinhos do nosso filho. - Shawn comemorou, pegando-os de surpresa.

- O filho é um cachorro, não é? - Harry riu divertido, mas logo foi interrompido por um tímido beliscão vindo de Eliza, que tentou alertá-lo sobre a seriedade do assunto. - Espera... Vocês estão falando de um bebê de verdade?

- Estamos. - Cheryl afirmou. - E queremos que vocês dois sejam os padrinhos dele. É um menininho.

- É claro que eu aceito.- Elizabeth sorriu entre lágrimas, abraçando sua amiga de infância. - Eu vou desenhar tantas roupinhas pra ele.

- Você está grávida, Cheryl? - Harry perguntou em choque. Ele ainda não conseguia acreditar que seu melhor amigo seria pai assim tão rápido.

- Que pergunta idiota, Harry. - Elizabeth murmurou. - Não está vendo que a barriga dela já está ficando grandinha? É óbvio que ela está grávida, amor.

- Tem whisky aqui? - ele questionou. Sempre lidava com as novidades desse jeito, com o álcool.

- Tem água gelada na cozinha. - Elizabeth respondeu simples.

- Você não vai dizer nada, Harry? - Shawn o encarou. - Não seja insensível comigo. Pelo menos diga se aceita ou não ser o padrinho do Liam.

- Eu... eu aceito, é claro.

Harry estava confuso. Só conseguia pensar que seria o próximo a ter um filho, mas não tinha certeza de que seria um bom pai pra uma criança. Por mais que tenha dito para Elizabeth que estava pronto para formar uma família, ele não estava. Havia perdido o pai há doze anos em um acidente, e dentro de si mesmo ele ainda sentia o medo de fracassar em absolutamente tudo. E, principalmente, em cuidar de um bebê.

- Você está bem, Harry? - a garota de cabelos castanhos foi até ele na cozinha, onde ficaram sozinhos por alguns instantes. - Eu sei que você não lida bem com esses assuntos, mas pensei que estivesse dando um passo pra frente depois da conversa que tivemos ontem.

- Eu não quero ser um cara egoísta com você. Lembro de tudo que te disse sobre o nosso futuro e das coisas que prometi, mas não sei se estou disposto a dividir você com outra pessoa. - ele disse, frustrado. - Não agora.

- Ei, não precisa se cobrar dessa maneira. Cheryl estar grávida não significa que eu também esteja. - ela sorriu, compreensiva.

- Mas eu sei o quanto você quer ser mãe. - ele murmurou.

- Eu não quero ser mãe sozinha, Harry. - Eliza respondeu. - E não me importo de esperar até que você se sinta preparado. Está tudo bem.

- Eu te amo por isso. - Harry depositou um beijo na testa da garota, aproximando seus rostos. - Sabe, eu gostaria que nosso filho tivesse o seu sorriso.

- E os seus olhos... - ela riu. - Nós vamos ter que esperá-lo por mais um tempinho. - brincou.

- Eu não usei camisinha ontem, Eliza. - disse aflito.

- É óbvio que eu não estou grávida, Harry. - Elizabeth respondeu simples, dando de ombros. - Acho que eu saberia, não é?

- É, acho que você saberia. - disse, por fim. - Eu estive pensando, e aceito o convite de passar o Natal com você esse ano. Elena vai estar de férias, e eu não quero ficar sozinho naquele apartamento de novo.

- Meu pai vai adorar te conhecer, Harry. - comemorou, animada.

- Eu espero que sim. - riu, descontraído. - Vai ser a primeira vez que irei conhecer a família de uma namorada.

- Então eu sou sua namorada? - perguntou curiosa.

- É, você é minha namorada, Elizabeth.

- Fico lisonjeada, Sr Styles. - gargalhou alto. - Mas pensei que essas coisas precisassem de um pedido de namoro oficial, não acha?

- Você aceitaria se eu pedisse? - ele questionou, e sua voz possuía um pequeno nervosismo. - Não quis correr esse risco.

- Não seja bobo. É óbvio que eu aceitaria.

- Então nós somos, oficialmente, namorados. - Harry enrolou suas mãos ao redor da cintura da garota parada diante dos seus olhos, agarrando-a para mais perto. Observou cada parte do seu rosto angelical, concluindo que não havia nenhuma parte dela que ele não amasse. Todas eram lindas, sem exceção.

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