Meu relógio despertador de cabeceira marcava sete da manhã e quarenta e um min assim que acordei e imediatamente o olhei por cima da cabeceira branca que se encontra ao lado da minha cama. Comprimi os olhos com força para que assim que os abrisse me familiarizasse com a luz que incidia através da minha janela e logo em seguida me virei para pegar os óculos e o smartphone me posicionando sentada na cama.
Assim que liguei meu smartphone vi algumas notificações do YouTube,do showgram certamente eram novidades e algumas mensagens do sapplite, sorri de lado assim que lembrei que uma delas poderia ser de Vogge e abri de imediato antes que a ansiedade me dominasse por completo.
Baixei até ao fim das mensagens e nada dele. Das diversas mensagens as mais recentes eram de Bia e de um número desconhecido mas que o perfil já denunciava sua identificação mesmo sendo uma photo tirada de costas.
- Bom dia Senhorita Miller, espero que você tenha um dia maravilhoso.
Ass: Edward Thomson.
Ergui o canto da minha boca do lado esquerdo por tamanha formalidade, que eu sabia que não era assim tão formal mas na mesma achei pouco preciso.
Respondi as diversas mensagens e conversei um pouco com Ed e Bia que estavam onlines também. Logo em seguida fui ao banho antes que meus pais viessem reclamar pela hora do pequeno almoço.
Me posicionei à mesa para o pequeno almoço, e em seguida Sr. Miller fez nossa habitual oração de agradecimento pela vida, pois a vida se trata de crer, crer em algo que lhe faça viver, e se não tivesse algo para crer, inventasse uma só para poder viver mas minha família tinha algo no que crer e era a graça Divina. Meus pais queriam passar o dia em família pois deviam voltar na noite de hoje para uma reunião amanhã.
Assim que meu pai levantou da mesa para atender um telefonema que devia ser importante ao ponto de o fazer parar de desfrutar seu queijo italiano e segurar apenas uma pequena xícara de café seguindo em direção ao seu escritório, minha mãe me olhou com êxito e eu sabia que ela queria falar sobre um assunto incomum, eu a conhecia mais do que ela mesma.
- Mylena, bem eu quero que você me responda com sinceridade.- Disse com receio encaixando os dedos de suas mãos, com os braços em sua frente como se estivesse pedindo por favor.
- pergunta logo mãe.- eu sabia que era nada grave. Dei uma garfada no meu pedaço de bolo de arroz olhando em sua direção.
- Quem era aquele jovem com quem você tanto ria e conversava no jantar de ontem? -fixou seus olhos em mim.
- Ahm.- dei uma risadinha por tanto suspense em uma pergunta boba.- Você nem vai acreditar, é o Ed, Edward Thomson. Você lembra dele nem?
- Mal dá para acreditar.- Deu um gole no seu suco de maracujá e continuou.- Ele mudou tanto, eu falei com seu pai ontem e ele mal me disse que o filho estava bem ali. Mas ele está diferente, está mais, mais ...
- Lindo. - completei e sorri.
- Sim claro, quem sabe vocês se ...- tentou falar entre risadas
- Não mãe. -falei levantado da mesa. - nem tente. -ri.
- Eu ouvi mal ou o Jovem Thomson está de Volta?- perguntou Louis assim que se cruzou comigo na saída da sala.
- É pai, seus ouvidos ainda são bem apurados.
- Eu sei Myle, eu sei. - Fez sua melhor expressão de orgulho e rimos todos.
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Estava dando um mergulho com meu pai quando Madame Miller que estava semi deitada apanhando alguns raios solares a beira da piscina gritou meu nome erguendo na sua mão meu smartphone que exibia na tela uma chamada. Saí correndo até ela e assim que o segurei com as mãos ainda molhadas o atendi me distanciado da mulher que me encarava enquanto desfrutava do seu cocktail de frutas vermelhas.
-Hey.
- Myle, como você está?- perguntou do outro lado a voz que eu tanto ansiava.
- Óptima e você ?
- Lindo.- riu.- Espero não ter incomodado.
- Não, claro que não.- ri de leve.
Você parece um desesperada...
- Aliás, um pouco, estava dando um mergulho.- tentei parecer mais séria depois de ouvir o meu subconsciente.
- Me desculpe, então a gente se fala mais logo.- Ouvi ele expirar decepção sem perder o charme em sua voz. Me senti mal por ele.
- Tá, tudo bem.- desligou.
Sentei ao lado de minha mãe com uma mão passando a esfregar meu cabelo e outra no celular, refletindo o que acabei de fazer.
-Está tudo bem, filha?
- Sim claro, está.- sorri falsamente e continuei com meus pensamentos tendo certeza de que não à convenci.
- E então era seu namorado?- perguntou me tirando dos meus pensamentos e deixando o celular na pequena mesa de artesanato em nossa frente.
- Não.- Sorri me inclinando até à mesa para pegar meu cocktail.
- Mylena você está bem grandinha, e é normal que você saia com alguém desde que seja uma pessoa culta e você não precisa me esconder. - Falou esfregando sua mão em meu ombro.
- Eu sei mãe, eu já tenho 21 anos mas não, não é meu namorado.- sorri lembrando dele. - é só um amigo aliás conhecido.
- É que seus olhos brilharam assim que você pegou o celular e eu pensei que...
Cortei.- Não é. E se fosse você seria a primeira a saber.
- Então tudo bem. - Sorriu com a ideia de eu não a esconder . Mas obviamente que ela não seria a primeira a saber. Nossa relação é mais profunda do que de uma simples mãe e filha mas minha melhor amiga era Bia e seria justo ela ser a primeira primeira a saber.
- E nem tente se armar em aquelas mães desesperadas procurando namorado para a filha.- debochei.
- Eu nem preciso, você é inteligente, linda e com um carácter excepcional filha, qualquer um daria tanto para ter você como namorada e eu como sogra.- riu se levantando suponho que para um mergulho.
- Claro mãe.- ri revirando os olhos.
- Mas um conselho filha, que seja alguém que te trate com respeito como seu pai me trata.- Deu de ombros .
- Para mãe, eu não quero alguém tão já - Gritei para que ela ouvisse. Sorri.
Mais uma vez eu estava jantando sozinha, pois eles se foram e apesar de terem me convidado para ir com eles desta vez por conta das minhas férias, eu recusei. Não só por ter aceitado o convite de passar à tarde com Vogge mas porque também queria sair um pouco sozinha ou com amigos e aproveitar Chicago. Já está na altura de ser eu mesma. Não é sobre nunca ter sido, mas sim, sobre ser mais.
Vogge me ligou acertando sobre o dia de amanhã mas acabamos por falar mais e mais. Contei tudo a Bia e ela parecia estar gostando da ideia de eu ser amiga dele mesmo tendo insinuado que eu parecia estar apaixonada e que ele também, assim que falou com ele, mas eu a garanti que era ilusão dela mesmo. Mas eu não tinha certeza de nada. Não sabia a quem estava iludindo, talvez ao meu subconsciente, talvez aos meus sentimentos ou talvez à minha melhor amiga.
Eu não sabia se estava pronta para uma nova relação, não depois de tudo que me aconteceu, não depois de ter me decidido que não queria alguém por enquanto, não depois de ter me magoado, talvez eu ainda pudesse decidir hoje, talvez eu devesse cancelar o sentimento e seguir, talvez eu fosse feliz assim, ou talvez não.
Estava tão cheia de suposições, estava tão cheia de " Talvez" mas se calhar talvez eu deveria simplesmente seguir o caminho e ver até onde as coisas vão. É que tem vezes que o risco é claro mas tem vezes que nunca vamos saber se nunca tentarmos esquecer alguns acontecimentos e viver como se não tivessem existido e simplesmente se entregar ao presente.
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Virei pó
RomancePara Mylena Miller sentimentos passionais deixaram de ser prioridade com alguns erros do passado, porém sua vida mudou drasticamente quando conheceu Kelvin Vogge. Vogge representava a atração que ela Jamais sentira até então, e a afeição entre ambo...
