2.1: tudo o que uma garota quer

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Mentir para os pais e fazer uma viagem secreta definitivamente não era algo que ela estava habituada a fazer, principalmente com o propósito de perder a virgindade. Estar ali, falando sobre aquilo, já exigia muito dela. Ter as amigas questionando sua capacidade só colaborava para que o nível de nervosismo dobrasse.

É – Jo confirmou despreocupadamente. Puxou refrigerante pelo canudinho da lata e se jogou ao lado de Bianca no sofá.

Escarlate apertou os dentes e sentiu o rosto queimar.

— Eu vou dar pela frente mesmo, vocês vão ver. Eu vou pegar um, você sabe... pênis e... colocar.... . Várias vezes. Igual nos vídeos!

— Você assistiu pornô? – Bianca arregalou os olhos.

— Bom... Eu tinha que fazer pesquisa de campo – Scar confirmou, sem jeito. Joane e Bianca se entreolharam antes de gargalharem alto, cobrindo a boca e quase engasgando. — Parem de rir, vocês duas!

— Aposto que ela fez anotações – a morena arfou entre as risadas.

— E grifou as partes importantes – Jo entrou na brincadeira, interrompendo a gargalhada apenas para olhar para Scar e confirmar a teoria.

— Era para pesquisa! – tentou se defender, sentindo o rosto esquentar. As risadas aumentaram e Scar perdeu a paciência. — Calem a boca! Parem de rir! Vocês acham que não estou levando isso a sério? Acham que é brincadeira? Eu vou até o fim! Eu posso fazer qualquer coisa que eu quiser, eu não vou amarelar. E se assistir pornô e fazer anotações é o que eu preciso para me preparar, então que seja! Preparem os blocos de notas e liguem em algum canal que mostre um pênis!

Ela estava tão vermelha quanto seus cabelos, ofegante. Apertou os olhos para Jo e Bianca encolhidas no sofá, estranhando as expressões. Estavam assustadas e divertidas ao mesmo tempo.

— Então... – Scar pulou quando ouviu a voz masculina atrás dela, se virando apenas para dar de cara com o pai de Bianca. — Nós já vamos indo, meninas.

Nem se um buraco tivesse surgido para servir de esconderijo, teria sido o suficiente para compensar a vergonha que a garota estava sentindo enquanto praticamente caía no sofá, se sentando ao lado das amigas, o rosto perfeitamente pálido.

— Lembrem-se das regras: sem garotos no segundo andar. Se quiserem fazer uma festinha, tudo bem, mas tudo limpo e organizado depois que acabar e nada de bebidas – Marcos surgiu ao lado do pai de Bia, tentando soar sério, mas nem se ele quisesse poderia parecer ameaçador. Ele era conhecido por seu coração de manteiga.

— Tranquilo, são só dançarinas e picolé de whisky, então, tecnicamente, não estaremos quebrando nenhuma regra – Jo deu de ombros, sorrindo arteira enquanto Bianca a dava uma cotovelada discreta.

Mas Adam e Marcos já estavam acostumados com as brincadeiras de Joane.

— Engraçadinha – Marcos estreitou os olhos, tentando, em vão, esconder o sorrisinho. Ele adorava o humor afiado de Jo.

— E, ahn, Scar... Se realmente estiver interessada em pornografia, espero que tenha trazido a sua própria. A não ser que esteja interessada em Incêndio Anal, Coleção Gay 2000 – Adam alfinetou, olhando divertido para Scar e arrancando uma risada gostosa de Marcos.

— Pai! – Bianca reprovou.

Mesmo não tendo laços sanguíneos com Marcos, ela parecia ter herdado o coração mole do esposo de seu pai.

— O quê? Apenas sendo sincero – ele deu de ombros, aproveitando a intimidade que tinha com as amigas da filha.

— Tudo bem, tio Adam. Não... Ahn, não vai ser preciso – Scar gaguejou, encarando os próprios tênis.

Prisão DomiciliarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora