Capítulo 2

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Jayce

Estava prestes a beijar a Lily quando me pareceu ter visto a Mónica a subir para o segundo piso. Fogo! Sério! Logo agora. Estava tão bem com a Lily encostada a mim e quase.... Esta miúda me intriga e ao mesmo tempo, não consigo ficar longe dela. Assim que a vi a entrar pela porta de minha casa eu soube logo quem era ela. A minha salvadora dos Alpes de França e desde esse momento não consegui tirar os olhos dela. Para os seus olhos de mel. Como se um íman me indicasse onde ela estava. A rir, a dançar, a falar. Tudo nela me faxinou assim que lhe pus os olhos em cima. Mudou muito no espaço de quase um ano. Tive que verificar se era ela mesmo, perguntado ao meu irmão quem eram as três miúdas a dançar loucamente na pista. A morena era namorada de um dos putos que estavam com o meu irmão Tip, a multada era a queridinha do Rick, e a pequena arruivada era amiga de todos. Tentei perceber que músicas e que bebidas ela tomava, visto que fui eu quem tratou das bebidas, sei exactamente onde estava cada uma. Ela bebia o tempo todo Coca-Cola e sumo de abacaxi. E dançava todas as músicas que podia. E muitas das vezes as dos Mystery metal e esses são Metalcore.

Deu para entender que ela não sabia quem eu era. Lógico visto que eu estava feito em cacos quando ela me encontrou no meio daquela encosta da montanha. A que eu fui burro o suficiente para pôr a minha vida em risco e que fui suficiente espero para poder conhece-la. E mesmo assim normalmente quando me aproximo de uma miúda ela já sabe quem eu sou. Sou um dos universitários mais populares de Nova Iorque. O meu passado futebolista e engates, veio dar azo ao meu nome. Basta um estalar de dedos e tenho as miúdas que quero. Mas não o faço com regularidade e a maioria já nem me lembro quem eram. Já o meu anjo da guarda, a minha olhinhos de mel, é o completo oposto. E é graças a ela que estou vivo.

E meu deus como aquele vestido fica-lhe lindamente. Pondo as minhas mãos à volta dela, toncando na sua pele macia. E o seu cheiro, que aquece a sala, maravilhoso a cerejas, tal e qual de como me lembro. 

Pedi-lhe que cantasse a o refrão da música que ela me tinha cantado na altura antes dos paramédicos chegarem ao local onde estávamos. E assim que ela o fez senti-me de novo nos Alpes e não pude resistir. Tive que cantar também, mas baixinho para que ninguém se apercebesse de que na realidade eu sou o Lyon, o vocalista dos tal Mystery Metal, e que nunca deu a sua imagem verdadeira. Usando cabelos falsos e compridos até aos ombros, uma maquilhagem exagerada e voz engrossada para não ser reconhecido. Não quero que a vida de artista atrapalhe a minha vida de estudante e talvez um dia possa vir a ser professor de música. Ainda não sei o que quero. Se uma vida de artista ou ensino. O meu amigo Andrew acabou a universidade no ano passado e abriu a sua empresa discográfica em que a minha banda é o seu maior êxito, já está a ser conhecida em todo o lado nos USA. A próxima paragem é uma turnê mundial, mas até lá fico me apenas pelo Jayce no quotidiano. Pelo menos até acabar a universidade.

Dancei com Lily umas quantas músicas, mesmo assim ela não percebeu que era eu. Achei engraçado e fofo a sua ingenuidade. Só não entendi porque é que ela me disse que se chamava Nathalie e não Lily como me disse na montanha. Será que ela...

Santo deus! vá lá Jayce és um homem ou não? Que medroso que estas! Nem pareces tu. não és assim. Falar fofuras sobre uma miúda, quando nunca o fiz em 22 anos da minha vida. Mesmo sendo a Lily, não posso. Estou a enlouquecer só pode.

Encosto-me à parede do corredor, colocando as minhas mãos na cara para a esfregar. Olhado para o tecto com as mãos no pescoço, reparo que estou tenso.

      - Jayce!?

O que...? Só pode ser uma brincadeira. Fecho os olhos para fingir que não ouvi.

      - Jayce...  podes fingir que não estou aqui, mas acho que isso não te vai adiantar de nada.

Olho à minha direita e lá está ela. Aquela que me infernizou a vida.

Linhas do destino (Pausada)Where stories live. Discover now