Alice e Oliver

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A semana passa, e o sábado chega, Oliver tem treino de Baseball às 10h da manhã na grande praça do bairro, coloquei o boné na cabeça depois de passar maquiagem para cobrir os hematomas e abri a porta de casa, Oliver saiu carregando sua luva e sua bola de Baseball, eu o taco.

— O papai vai me ver jogar?

— Não, Oliver!... — disse torcendo a boca e pegando em sua mão ganhando à calçada, começamos a descer a rua e, direção da praça.

— Ei?... Alice! — Escuto aquela voz do meu vizinho gato, parei e o olhei sorrindo por que ele vinha correndo e sorrindo, cabelos voando conforme corria. — Vão passear? — Ele parou a minha frente, Dylan é alto e nem tinha me dado conta disso.

— Oliver tem treino de Baseball na praça... — disse apontando para trás de mim  contemplando aquele lindo rapaz a minha frente, passando os dedos nos cabelos e sorrido para mim.

— Posso acompanhar vocês?

— Ah!... Claro... — disse voltando a andar.

Voltamos a caminhar, em silêncio, senti que ele queria me fazer algumas perguntas, Oliver ainda esticou o pescoço para olhar para nós, sorri para meu irmão ainda segurando em sua mão.

— Você está melhor?

— Ah... Sim...

- Vai para a escola na segunda?

— É o jeito... — O olhei.

— Eu vou com o ônibus da escola, por que não vem com a gente?

Olhei para Oliver, engoli em seco, olhei para Dylan.

— Vou conversar com mamãe sobre isso! — Sorri grata. — Mas aquelas garotas não pegam o mesmo ônibus, não é?

— Não se preocupe! as duas vão a pé, por que moram bem perto da escola.

— Ah!... Isso é bom!

— Seu pai é mesmo o dono da ISJ?

— Como ficou sabendo? — O olhei curiosa.

- Um dos meus amigos disse que o reconheceu, na hora não acreditei, depois busquei na internet e se parece muito com ele.

- Meu pai faz jogos para mim! – disse Oliver abrindo um sorriso enorme.

Demos risadas com a euforia do meu irmão.

— Faz tempo que seus pais se separaram?

Aquela pergunta me fez deixar o sorriso de lado, sacudi a cabeça.

— Tem um mês. — Olhei para Dylan.

— Pelo jeito você está chateada com isso.

— Muito... Às vezes acho que foi um alivio para ele nos ver ir embora. — disse mais baixo para Oliver não escutar — Quase um mês e eu tive que sofrer um acidente para ele aparecer... Às vezes fico me perguntando se eu morresse...

— Não diz isso, Alice... — Dylan me fez parar e me virou para ele. — Seu pai ama você... Talvez não esteja conseguindo lidar com essa distância.

— Será mesmo, Dylan? — Entortei a cabeça de lado. — Acho que se sentisse tanta falta assim, ele ligaria para nós todos os dias, mesmo que fosse só pra dizer, oi e tchau.

— Por que não tem uma boa conversa com ele? Isso pode ajudar a esclarecer muitas coisas.

— É... Se eu tiver chance para isso, por que do jeito que as coisas estão andando... Duvido muito que isso aconteça.


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