Além da poesia

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Nessas noites até o amanhecer
Apenas penso em agradecer
Pela valorosa lição existencial
De que não nenhum um pouco especial

Em um planeta azul e verde
Tenho água e ainda sinto sede
Tenho pessoas e ainda sinto solidão
Tenho me encontrado no caminho da perdição

Em uma existência fugaz
Sua falta de carinho me traz
A ausência do ego
De canal onde cada telespectador é um cego

Nosso amor está morto!
E foi nossa paixão que o matou
Agora o caminho do desejo anda solto
Transfigurando o ego a quem eu sou

Não há mais razões para ser
Não há mais sentimentos para se estender
O vazio agora reina
Em um aquário vazio de liberdade plena

A existência dos ensinamentos
A dualidade dos meus sentimentos
Foi tudo o que eu sempre procurei
Porém foi o nada ao qual achei

Em você repousa o sagrado
Em você repousa o profano
Em mim repousa o ser que já foi amado
Em mim repousa o ser que anda se quebrando

Em uma rachadura exposta
Abre-se um livro de muitas perguntas
Porém sem nenhuma presença de resposta

Leio ao nada
Em um culto para minha amada
Sagrada divina Senhora
Em meu ego o vazio mora

És minha náusea
És uma subjetividade que abala minha estrutura óssea
Após todo esse lirismo exaltado
Me resta apenas ser um homem revoltado

Em um perfeito salto de fé
Aprofundo-me nesta maré
De sentimentos vazios
Viajando sem a necessidade navios
Pois grandes navios afundam
E pequenos navios imundam

Em meu conforto de soledade
Não fui condenado a ser livre
Mas condenada pela liberdade

Memórias inexistentesWhere stories live. Discover now