A calmaria era tão viciante que sequer notei o tempo passar, logo MiYeon já estava totalmente recuperada, mas ainda sem memória, e com a enorme barriga balançando pelos cantos. Ainda mantinha contato com HaeRa, e descobri que ela e sua amiga começaram um relacionamento e fugiram de suas casas. Nós três tivemos uma conversa sobre isso, mas as duas já eram maiores de idade, não tinha muito que eu pudesse dizer.

Eu estava feliz, como há muito tempo não me sentia. O tempo passou tão rápido, e naquele dia eu e Baek completávamos seis meses de namoro, no mesmo dia que recebi a ligação dizendo que MiYeon estava entrando em trabalho de parto. Era estranho. MiYeon sempre conseguia estragar tudo de bom na minha vida, e me surpreende ela não ter dito que o filho era do Baek, mesmo que fosse mentira, só para tirá-lo de mim. Provavelmente ela havia mesmo perdido a memória, e se tornado um ser humano de verdade.

Aquele dia era frio, chuvoso, mas não tanto, e eu estava adorando passá-lo debaixo das cobertas com Baek, era como um sonho, algo que eu nunca havia vivido antes, e por isso parecia tão estranho. Mas era confortável, até demais, e eu não queria sair dali para ir até o hospital. Mas acabei me rebdendo, e junto ao meu namorado, fui dar apoio aos meus pais. Meu irmão estava apenas jogando no celular, não estava ligando para nada, literalmente para nada.

Algumas horas se passaram, e já era noite quando ouvimos um choro bem alto vindo do quarto de MiYeon, era o bebê dela, que descobrimos ser menino, e também a cara do pai. Mesmo com o rosto todo enrugado e os olhinhos fechados, era óbvio que era de JongSuk. Isso me deixava aliviada. Ela não poderia usar esse bebê pra separar eu e Baek.

JongYeon foi o nome escolhido, uma mistura dos nomes dos pais, mas sinceramente, achei meio brega. Porém o filho não era meu, então eu obviamente não iria opinar. O menino era saudável, e as mãozinhas se mexendo me deixaram emocionada, tanto que comecei a chorar. Mas nem eu entendia o porquê, apenas era emocionante ver algo tão pequeno ter vida, mesmo que seus pais não fossem as melhores pessoas do mundo, eu esperava que eles fossem bons para aquele bebê.

Baek me encarou preocupado por todo o caminho de volta para casa. Segundo ele, eu parecia melancólica e  muito, mas muito chorona ultimamente. Eu não achava isso, mas ele estava paranóico, e não me deixava assistir nada que fosse emocionante demais, por tanto só assistimos documentários sobre animais selvagens, e mesmo assim, eu chorava as vezes, quando via um filhote fofo.

ㅡ MiYoung, pelo amor de Deus, o que está havendo com você?

Ouço Baek perguntar de repente, depois de chegarmos em seu apartamento e eu me sentar no sofá, encarando fixamente nenhum lugar específico.

ㅡ Hum? Como assim?

ㅡ Amor, você está tão estranha... tão avoada, sentimental, disse que não gosta mais da minha comida porque te dá vontade de vomitar... ㅡ Ele diz com uma careta, mas não parece chateado de fato.

ㅡ Eu só estou um pouco...

ㅡ Grávida?

Eu o encaro com os olhos arregalados. Definitivamente não havia pensado nisso.

ㅡ Não... acho que não. Eu saberia se estivesse... né?

ㅡ Não tem nada de mal tirar a prova, certo?

Ele me entrega uma caixinha. Eu a seguro e rodo nos dedos devagar, observando a imagem ilustrativa de um teste de gravidez. Confusa, questiono:

ㅡ Quando comprou isso?

ㅡ Quando parei o carro e fui na farmácia. Vai me dizer que não notou?

ㅡ Eu vi que você saiu, besta... mas não vi pra onde foi, nem o que comprou.

ㅡ Pois bem, agora se levante e, por favor, faça isso de acordo com a instrução.

Ele me ajuda a sair do sofá e me empurra até o banheiro. Eu vou resmungando.

ㅡ Você não está criando expectativas demais?

ㅡ Não. Te juro que estou bem pé no chão, só quero saber o que está acontecendo com você.

Eu entro no banheiro e fecho a porta após bufar. Me olho no espelho, eu estava com leves olheiras e meu cabelo estava uma bagunça. Abri a caixinha e tirei o objeto de lá, logo a instrução, e começo a lê-la com cautela, me assustando nas vezes que, impaciente, BaekHyun batia na porta e me pedia para andar logo com aquilo.

Assim que fiz o indicado, suspirei, deixando o objeto em cima da pia. Abri a porta do banheiro devagar, e encontrei o mais velho com um olhar esperançoso, o que me fez soltar uma leve risada.

ㅡ E aí? Positivo? Negativo?

ㅡ É... ㅡ Coço a nuca, e ele me olha apreensivo.

ㅡ Diz de uma vez!

ㅡ Bom...

...

Eai gente sentiram saudades? kkkkjjj

Be Selfish || Byun BaekhyunWhere stories live. Discover now