Um pequeno milagre!!

Primeira parte.

Eu estou com tanta saudades desta historia, que vou liberar um capitulo...

#Autoranasaudade

Chegamos a Maresol do Norte

Meu quarto fica no segundo andar. Ao abrir a janela vejo o mar se misturar no horizonte com o céu azul e o maravilhoso som que sempre me encantou! O quebrar das ondas em sua dança de vai e vem na praia de areia branquinha. O cheiro da maresia toma todo o ar.

Não resisti. Mesmo depois de toda canseira da mudança, viagem e de toda arrumação,

dei uma escapadinha para dar um mergulho naquele mar que me chamava.

Quando o dia amanheceu fui para praia passei toda a manhã por lá. Tinha bastante movimento. Crianças correndo, pessoas apenas de pernas pro ar ou passeando com seus cachorros. Gente que parecia não ter problemas. Gente feliz!... Uma turminha de adolescentes passou por mim, todos brincando rindo uns com os outros. Param um pouco à frente, esticaram uma rede de voleibol e começaram a jogar. Pensei em ir até lá, mas desisti. Fui dar um último mergulho antes de ir para casa. Quando sai da água um casal de jovens se aproximou de mim.

- Oi Turista! - me disse a linda menina bronzeada de cabelos loiros.

- Vai ficar quantos dias?

- Espero que muitos. Acabei de me mudar. Compramos o restaurante. - apontei para minha casa, bem em frente.

- Que maravilha. É sempre bom ter gente nova morando por aqui. Nós moramos logo à frente... Hei Júlio... Seja educado se apresente.

- Oi! Chamo-me Júlio. Sou primo de Letícia. - e olhou com cara feia para a garota.

- Eu sou Letícia... - ela me disse toda sem graça por também não ter se apresentado.

- Eu sou Camilla!

O garoto mesmo sendo muito bonito, tinha a cara fechada. Meio bravo. Mas nada que tirasse sua beleza. Tinha os cabelos loiros volumosos, cheios de cachinhos. Olhos verdes e boca bem desenhada. Mal humorado e com cara de poucos amigos, parecia um anjo mau e lindo! Resmungou para a prima:

- Você vem?

-Vou ficar um pouco mais e conhecer minha nova amiga... - disse sorrindo para mim.

- Estou indo. Tchau! - falou seco olhando para mim.

- Liga não, ele é rabugento. - me disse a garota.

Achei engraçado como ela falou. E pensei que ele era como eu... Por muito tempo fui assim ou talvez ainda fosse. Dei de ombros, cada um tem seus motivos.

A garota era falante queria saber tudo sobre mim. De onde eu tinha vindo minha idade, onde estudei como eram meus amigos, se eu tinha irmãos. Senti-me sendo entrevistada para um cargo público, mas gostei dela. Era simpática e alegre. O tipo de pessoa que eu queria do meu lado. Combinamos de sair à tarde. Letícia ia me levar para conhecer o centro da cidade. O salão de beleza, onde eu pretendia cuidar um pouco de mim e fazer coisas de mulherzinha! Trocamos telefones, ela se despediu e disse que tinha que ir para ajudar seu irmão.

Pedi para meu pai dinheiro para fazer o cabelo e comprar algumas roupas de praia, já que as minhas estavam todas fora de moda. E foi quando tive a maior surpresa.

Depois de um tempo meu pai me chamou na sala, pediu para eu me sentar, que tínhamos que conversar. Pelo seu tom eu percebi que era sério. Entregou-me um envelope pardo que estava pesado. Tinha alguns documentos e dois cartões: um de conta corrente e outro de poupança. Disse que eu tinha uma conta corrente com uma quantia em dinheiro além do suficiente para minhas despesas. Também uma conta poupança com uma quantia para pagar meus estudos, comprar uma casa, abrir meu próprio negócio. Enfim era a herança de minha mãe, que ela recebeu de meu avô quando morreu. E agora era dela para mim. Eu poderia fazer o que quisesse com o dinheiro, desde que tivesse responsabilidade. Ele confiava em meu bom senso. Deu-me as senhas e um sermão desnecessário para ter juízo. Fiquei passada com tudo aquilo. Eu não imaginava. Sabia que eu tinha uma herança de minha mãe, só não imaginava quanto.