Alternative

With and Without

O vento suave adentrava a janela, carregando consigo um doce torpor que envolvia os dois adolescentes deitados na cama, as barrigas viradas para cima e os pés apoiados na parede, sorrisos leves lhe moldavam os lábios e tinham as mãos entrelaçadas com a do outro.

A mão desocupada de Renjun acariciava a coxa do namorado com delicadeza, em leves movimentos de sobe e desce, aproveitava que ele estava de saia porque aquilo facilitava em muito coisa a acessibilidade para si, e o mais novo também não lhe repreendia pelo carinho, o que era algo a mais para aproveitar. Enquanto isso, Donghyuck apenas acariciava as mãos unidas com a sua que estava desocupada, fazendo um carinho ali enquanto aproveitava o que o mais velho fazia em si.

Estavam relaxados, porque estavam um com o outro, e um dia que era para ser o mais monótono de todos se tornava especial, apenas por terem a presença um do outro.

Era domingo, conhecido pelo Lee como: dia mais entediante de todos, porque, claro, não havia ninguém em casa em grande maioria deles, e isso acabava por lhe deixar sem o que fazer, e por mais que namorasse o chinês há quase cinco meses, ainda tinha um pé atrás em lhe levar para casa quando seus pais não estavam. Não que não confiasse no mais velho, longe de si, apenas queria conquistar primeiro a confiança dos pais no garoto adorável que namorava para, enfim, poder levá-lo para casa enquanto eles estavam na igreja ou sabe-se lá onde.

Sua mãe fora a primeira a ceder, começando por lhes permitir a ficarem no quarto sozinhos com a porta fechada, até ao ponto de falar para o filho chamar o namorado para ficar consigo em casa enquanto ela ia ao salão com algumas amigas.

Com seu pai era levemente mais delicado, não por ter algum tipo de preconceito, pelo contrário, era um dos que mais pregava amor e apoiava a Donghyuck dentro de casa, mas era mais complicado porque ele dizia que o chinês tinha cara de safado, e não deixaria dois adolescentes com hormônios à flor da pele  sozinhos em casa sem supervisão de um responsável – coitado, mal sabia do que os garotos faziam no banheiro da escola enquanto esperavam a aula começar.

Mas depois de um tempo de muita convivência e conversa, seu pai amoleceu, e os mais velhos só saiam depois que o Huang chegava, nunca o deixando sozinho porque sabiam o quanto o garoto odiava o ar solitário que tomava a casa quando não tinha ninguém ali, às vezes se sentia patético por aquele fato.

E agora que podia ter o outro consigo, vivia o chamando para ficar consigo em casa, por mais que estivesse com seus pais na mesma. Adorava a presença do namorado, se sentia mais livre e calmo consigo, sem contar com o calor agradável no peito que o preenchia de dentro para fora apenas de lhe ter por perto.

O mais novo mantinha o carinho na mão alheia, até deixar um beijinho sobre a mesma, que ficou marcado pelo batom que usava, Renjun sorriu com a textura em sua pele, se virando para o outro e parando os movimentos em sua perna, colocando a mão em seu rosto e o acariciando com o polegar.

Donghyuck era lindo, simplesmente perfeito, e ninguém nunca poderia negar aquilo. Cada mínimo traço desenhado delicadamente no rosto do coreano afirmava aquilo, as pintinhas que lhe enfeitavam a pele servindo como uma decoração pefeita para o deixar mais belo do que já era. Renjun era caído de amores pelo namorado, e todo mundo que visse perceberia tal fato.

— Ainda me pergunto por que você gosta dessa maquiagem toda, seu rosto é mais bonito sem toda essa preparação, sabia? — Ditou suavemente, era a primeira vez que tocava no assunto com o mais novo.

O Lee sempre fez o tipo extravagante, causando inveja nas garotas por ficar perfeito em qualquer roupa, que além de bonitas realçavam as curvas de seu corpo, e de brinde conseguia fazer uma maquiagem como ninguém. Desde que o conheceu, e antes de começarem a de fato ter um relacionamento fixo, somente o vira ir para a escola sem, no mínimo, um batom, durante um dia ou dois, pois Donghyuck fazia questão de todo dia ir aprontado nos mínimos detalhes.