PARTE 1

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— Edward Philip, filho de Asbjorn II, príncipe das Províncias do Leste. Você está sendo intimado ao julgamento real antes do pôr do sol. Acusamento: assassinato, caso não venha a aparecer, será julgado culpado e será preso imediatamente. — Enquanto o pergaminho era fechado pelo mensageiro real, a família de Edward, pasmos com essa notícia tão seria dada no início da tarde em sua casa, encaravam Edward com olhares de desprezo.

— Quem me acusa? — Gritava Edward sem saber o que exatamente estaria acontecendo. — Eu exijo saber!

— Foi em anônimo, não quis se expor contra a família real.

Fora uma longa tarde. A família de Edward depois de receber a notícia nem tocaram no assunto, porém os olhares de desamino continuaram a afrontar o príncipe, que uma noite atrás, quando a lua estava brilhando alto no céu, salvou uma vida, mas acabou com outra.

Uma mulher, estava sendo obrigada a fazer coisas pelas quais não queria fazer, em meio a um beco escuro que Edward costumava sempre passar em suas caminhadas pela Província.

Indignando com o acontecimento, Edward não guardou forças para detê-lo, mas em uma súbita reviravolta o homem, com uma aparência asquerosa, usou a mulher como refém para tentar fugir.

Edward, há muito tempo atrás desde que era menino sonhando em ser um rei guerreiro e habilidoso, treinava jogando facas em uma arvore. Depois de anos fazendo isso, se tornou bem em tiro ao alvo com facas e era hora de usar essas habilidades.

Então ele jogou a faca, que acertará a testa do homem, causando sua morte.

Com a chegada dessa mensagem no início da tarde, sabia que realmente havia matado, mas não foi por ódio ou raiva, fora por justiça.

***

Mais tarde naquele dia, ao chegar no Tribunal Central do Leste, Edward fora recebido com os mesmos olhares de desaprovação pelo povo que não esperava isso do futuro rei, dado como culpado depois de ter lutado para proteger os mais fracos de seu povo.

Entretanto, ele sabia que era inocente. Havia sido acusado injustamente e que tudo ia acabar se ajeitando no final, mas não fora o que aconteceu.

A surpresa de todos foi que as acusações vieram de seu irmão mais novo, Jonathan.

— Como poderíamos ter um Rei que mata seu próprio povo? — Dizia o causante. — O povo não merece algo desse gênero.

— Seu Filho da Mãe imprestável! Você me traiu!

— Silencio! — O próprio Asbjorn II era o juiz desse julgamento contra o filho.

Despontado, cego por conta das palavras de Jonathan contra seu primogênito, cego por conta da honra de uma família ferida. Asbjorn II acusou sem provas o filho.

Em meio a tantas acusações contra Edward, ao seu ouvido veio uma voz:

— Sei que você não é culpado, é obvio que foi uma armação de Jonathan pelo trono. — Era primo e o melhor amigo de Edward, Daniel. Alguém que ele poderia confiar de olhos fechados. — Fuja. Vá para outras Províncias, esconda-se por um tempo. Eu vou juntar provas contra Jonathan e provar sua inocência. Eu prometo.

Daniel, nunca havia quebrado uma promessa antes. Tudo que Edward poderia fazer era acreditar nas palavras de seu amigo e fugir.

Correndo em meio à multidão, que queria sua morte, esquartejamento, gritando seu nome com ódio na voz. Suas roupas sendo rasgadas pelos puxões da população. Porém, ele tinha uma agilidade invejável, não seria agora que seria pego por aquelas pessoas.

Em meio à confusão e gritaria que foi tomado por aquele lugar, ele teve um plano. As florestas que ficam a Noroeste dali, uma floresta que quase ninguém costuma ir por haver relatos de dragões e outras criaturas escondidas em meio a floresta densa, entretanto quando era criança ele costumava ir para aquela região com seu primo, aventurando-se em busca do dragão da floresta, mas nunca encontrou.

Entrando na floresta, muitos pararam de perseguir, outros vieram juntos, mas logo pararam quando iam adentrando a floresta. Isso lhe deu a tranquilidade de poder respirar e descansar enquanto pensava para onde poderia ir.

A capital não está muito longe daqui. Pensou ele. Porém seria o primeiro lugar que iriam me procurar. Eu poderia ir para a Província do Norte, poderia achar abrigo por lá enquanto penso para onde ir em seguida. Acho que a única solução é me tornar um nômade.

Conto: O krakenWhere stories live. Discover now