Capítulo 26 - Um tempo para ela

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Capítulo 26- guilherme
Não tive dúvidas, e sai correndo atrás da Raquel. À esse ponto ela já devia estar longe dali, atrás de Lucca e com certeza já estaria chorando. Sigo pelos corredores, e o primeiro lugar que me veio em mente foi meu quarto, que coincidentemente é o quarto de Lucca, provavelmente foi até lá que a garota seguiu meu amigo. E pude confirmar minha suposição assim que cheguei no ambiente. Um clima pesado pairava no ar, Lucca dizia coisas pesadas para a Raquel que desabara no choro.
Guilherme: Não fala assim com ela - grito sem perceber
Lucca: Olha eu esperava que vocês pelo menos me falassem, achri que fossem neus amigos - ele sai do quarto exatamente nervoso
No mesmo instante, vejo Raquel se jogando em minha cama. Afunda sua cabeça em meu travesseiro e consigo ouvir o barulho do seu choro.
Guilherme: eu princesa calma, logo ele vai voltar a falar com a gente. - digo na intenção de consola - lá, pois vê - lá deste modo estava me destruindo por completo.
Nesse momento, achei que a minha salvação havia chegado. Mirella entrará pela porta, eu esperava que ela pudesse me ajudar, ou melhor, ajudar Quel, mas pelo jeito não era algo tão fácil assim.
Raquel: Ele não vai, eu sei que não vai. - Raquel levanta e sai correndo, e eu sem hesitar vou atrás dela, mas meu braço é puxado por uma leve mão.
Mirella: ei! Deixa ela sozinha um pouco, ela precisa esfriar a cabeça
Guilherme: Como que eu vou deixar ela triste por ai como se eu não estivesse ligando para a situação?
Mirella: Não é isso, eu conheço a Raquel mais que eu conheço a mim mesma, e quando ela está triste ou nervosa o melhor é deixa lá esfriar a cabeça sozinha, se não as coisas apenas piorarão.
Eu não sei se fiz o certo, mas eu prefiri ouvir Mirella, porque, certamente, ela conhecia minha amiga a mais tempo e saberia lidar com situações como está. Mas de qualquer forma, fiquei com peso na consciência, de saber que minha menina esta triste e não fazer nada pra tentar anima - la. E foi aí que tive a ideia de escrever mais um poema pra ela. Ela ainda não sabia que era eu quem os fazia mas uma vez, ouvi ela falando pro Lucca que gostava muito, será que isso não animaria ela? Peguei papel, caneta e todo meu coração pra fazer com que esse seja o poema mais fofo que ela já leu. Se eu consegui, já não sei, mas que eu tentei, isso posso te garantir. Pedi autorização pra Mirella e Felipa se eu poderia entrar no quarto delas para deixar o pequeno bilhete - afinal seria chato se elas entrassem no quarto e o bonitão aqui estivesse mechendo nas coisas da amiga delas né -. Á cama de Raquel era visivelmente reconhecível. Era um canto totalmente decorado com suas coisas favoritas. Tinha pôsteres de artistas, muitas fotos dela e de Lorena, fotografias provavelmente tirada por ela. Em cima da cama havia um fone de ouvido estilo headphone, uma pilha de livros, e um caderno de desenhos, que sem resistir, abri para dar uma espiada. Uau, era um mais lindo que o outro. Um deles me chama mais atenção, é um casal abraçado, de costas, olhando as estrelas. Isso me lembrou a gente, e aquele dia que nos encontramos a noite na frente do lago. Mas será que era isso mesmo? Bom, isso só ela saberia me dizer, então, deixo o bilhete em cima da pilha de livros, e saio do quarto. Andando pelo corredor encontro com minha cunhadinha brincando com um grupo de crianças da sua idade. Ela se separa do grupo para vir falar comigo, me da um abraço apertado e diz que precisa ir, pois daqui a pouco teria aula de música que é sua favorita. Lolo, como eu carinhosamente à chamava foi a criança mais encantadora que eu já conheci. Passou por coisas terríveis em pouco tempo de vida, e mesmo assim, estava sempre sorrindo e disposta a conhecer novas pessoas e fazer novas amizades, e eu tinha um carinho enorme por ela. Minha vida devia estar realmente muito ferrada, pois ganhei dois presentes muito preciosos em tão pouco tempo, um amor, e uma irmãzinha e ao mesmo tempo cunhadinha.
Segui pelo corredor e fui andando em duração da biblioteca. Quase ninguém visitava o lugar, pois sempre estava extremamente vazio. As únicas pessoas - além de mim - que já vi lá, foram Raquel e Sra. Piedade, uma idosa que não era nada mais nada menos que a bibliotecária do local. Com seus curtos cachos grisalhos, esbanjava carisma e sempre sorria quando me via entrar no grande e hiato ambiente que tinha um forte odor de pó. Mas o que o lugar tinha de vazio ele tinha de livros. Eram muitas as opções que as vezes ficava até em dúvida de qual ler, porém desta vez, escolhi um de suspense chamado Escaravelho do Diabo. Agradeci à Piedade, e vi que já se passavam das onze e meia da manhã. Decidi então que aquela seria a hora certa para procurar Raquel. Deixei o livro em meu quarto, que permanecera vazio desde a briga e fui para o refeitório.

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