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Oi webamigos, essa história está sendo feita com muito carinho e é exclusivamente dedicada a essa série maravilhosa chamada Wynonna Earp. Muito amor e muita gratidão ao casal mais lindo das telinhas, Wayhaught. Cast de Wynonna Earp, eu te amo e isso é inteiramente pra vocês seus filhos da mãe. PS.: não precisa estar vendo a série pra entender essa fanfic, mas quem quiser ir dar uma chance é bem vindo em Purgatory! 

hope u like it ;*

˜˜˜

 Acontece com algumas pessoas um fato curioso que eu costumo chamar de coisas predestinadas. Simples. Não existe nenhuma explicação grandiosa e exuberante demais por trás disso. Nada que te deixe com a boca aberta e a sensação de "uau....agora faz todo sentido!". O que eu chamo de coisas predestinadas é exatamente isso que parece ser. Simplesmente coisas que de uma forma ou outra acontecem. Destino e todo esse lance que o envolve. Geralmente rola com duas pessoas que se esbarram por aí e quando os olhares se cruzam....pronto, destino.

  Eu sou uma dessas pessoas que nasceu com o bilhete de ouro, fui premiada com o esbarrão, a troca de olhares, o pedido de desculpas...e por aí vai. Eu sou toda essa baboseira de "coisas predestinadas". E como eu soube? Bom, no meu caso não foi exatamente como nos filmes onde a faísca da paixão aparece na hora, o fogo do amor começa a queimar e nunca mais se apaga e blábláblá isso que todo mundo já conhece. Não não não, teria sido fácil demais. Nada nunca veio fácil pra mim e com meu bilhete premiado não seria diferente.

- Ei gatinha, que tal você sair desse balcão e me levar lá pro fundo? Tô louco de saudade desses peitinhos. – disse o bacaca mais gato da cidade já na sua quarta dose de tequila.

- Qual é Champ, que você é um escroto todo mundo sabe, mas eu já disse pra parar de me encher enquanto tô no meu trabalho.

  Champ e eu tinhamos um lance já que eu não tinha muita opção a julgar pelos quase 16 mil habitantes da velha Purgatory. O filho do xerife seria até um bom partido se não tivesse só merda no lugar do cérebro.

- Waverly sai desse bar velho, eu tenho dinheiro e um nome, não preciso de mulher minha servindo bebida pra macho, entende? Me deixa te assumir gatinha.

Eu sabia bem o que ele queria, uma namorada troféu pra exibir por aí enquanto pegava todas as outras nas escondidas. Só que ele não era muito cuidadoso então sempre acabava chegando nos meus ouvidos um de seus rolos.

- Champ...eu nem sei dizer o quanto essa frase sua está errada, já conversamos tanto sobre isso. Eu nunca vou ser sua garota... – sussurrei enquanto acariciava a lateral de seu rosto, olhando no fundo dos seus olhos azuis. – agora se me der licença o chopp desse bar não vai se servir sozinho.

Frase de efeito finalizada, voltei aos meus afazeres. Sexta era sempre um dia atarefado já que a lei regente na cidade era que nenhum estabelecimento funcionaria aos sábados e domingos, exceto bares, se você tivesse um bar o sábado era exclusivamente liberado. Entre doses de whisky Macallan e canecas de cerveja terminei meu expediente, era por volta das 2h30 da manhã quando deixei o bar do Shorty's e tomei meu rumo. Geralmente eu finalizava minhas noites de sexta na cama ao lado do Champ, mas devido a sua cena de mais cedo ignorei suas mensagens e decidi ir embora a pé.

- Waves eu posso te dar uma carona se você quiser, é perigoso uma moça andar por aí a essa hora. – Doc me perguntou quando eu já estava do lado de fora. Eu apreciava a preocupação.

   Doc Holliday, um forasteiro que chegou em Purgatory havia 4 anos. O que todos sabiam era que o homem tinha muita grana devido a uma herança de família. Colecionava estabelecimentos e terras. Comprou o Shorty's da minha tia Gus e gentilmente me deixou continuar trabalhando ali já que o estabelecimento estava a minha família a anos. Ficava muito no bar por ser extremamente íntimo de uma boa dose de cachaça. Era um homem muito íntegro e cavalheiro que graças ao bom Deus nunca arrastou suas asas de cowboy pra cima de mim.

- Obrigada Doc, mas eu vou andando mesmo. A lua tá linda pra uma caminhada, quem sabe o que o destino me reserva nessas 3 quadras que vou andar até minha casa. – dei uma piscadela antes de ir e sem saber eu havia profetizado algo, pois realmente o senhor destino estava muito afim de jogar um jogo.

- Que assim seja menina. – falou enquanto fazia uma reverência com seu chapéu, o que eu achava muito antiquado porém muitas meninas da cidade achavam um charme.

-Até mais chefinho!

   Apesar de trabalhar em um bar eu vinha de uma família com um nome realmente pesado para a cidade. Waverly Earp. Junto com os Del Rey meus antepassados Earps haviam praticamente fundado tudo ali, desde o primeiro saloon(o Shorty's) até a delegacia de polícia. Meu tataravô Wyatt Earp foi o primeiro xerife, responsável por incontáveis mortes e prisões. Desde então a delegacia se tornou meio que um lance de família, o fardo de xerife era passado de geração em geração para o Earp mais velho. Popularmente conhecido pela cidade por "herdeiro Earp".

  Depois que a cidade começou a ser erguida começaram a surgir algumas desavenças entre Wyatt e Robert Del Rey, a maioria envolvendo terras, alguns acreditam na existência de tesouros escondidos, outros até em maldições. A briga era principalmente, e é até hoje, pelas terras onde fica a fazenda Earp.

   Devido a uma tragédia familiar muito complicada a delegacia passou para o melhor amigo do meu falecido pai, Nedley. Quando eu digo tragédia muito complicada eu quero dizer tragédia complicada pra caralho!

   Moravamos todos os Earps em uma pequena fazenda perto da cidade, eu era muito pequena quando aconteceu e tudo o que tenho daquela noite são uns flashs de memória. Willa, minha irmã mais velha tinha uns 10 anos na época, Wynonna a irmã do meio uns 8 e eu uns 3. Os homens do Esven(o Del Rey da geração de papai) invadiram a fazenda para resolver aquilo de uma vez por todas, eu e as meninas ficamos dentro de casa, mas Wynonna sempre teve a síndrome do herói, em um ato de coragem e desespero por escutar os gritos do papai apanhando ela pegou uma arma e atirou para matar, infelizmente o tiro acertou nosso pai. Ele morreu na hora e ela nunca mais foi a mesma. Já não bastava isso, Willa correu pra fora de casa ao socorro do papai acabou sendo levada pelos homens. Depois de meses procurando desistimos e a demos como morta. Foram épocas difíceis em Purgatory.

   Dentro de um ano Wynonna foi mandada para um reformatório bem peculiar, enterramos o caixão vazio de Willa, o caixão de papai, minha mãe abandonou toda essa loucura e me deu as costas, fugiu deixando apenas um bilhete. Ficamos eu, minha tia e o bar. Nos mudamos da fazenda pra uma casa pequena na cidade e assim fomos levando a vida.

  Depois daquela noite toda a área da fazenda foi cercada, uma ordem de restrição contra o Del Rey, seus capangas e seus futuros herdeiros, os obrigaram manter distância do local, a pena caso algum deles desobedecessem a lei seria a morte. A arma que matou Edward Earp, meu pai, foi jogada em um poço velho e lá permanece até hoje. A única pessoa que poderia reaver as terras depois da morte de Edward seria a herdeira Earp mais velha. Como Willa está morta por aí e Wynonna com certeza quebrando algumas regras em Seattle, lugar pra onde ela se mudou uns anos após sair do reformatório, os papéis da fazenda foram todos para o meu nome contra a minha vontade. Devido ao trauma eu nunca sequer pisei naquelas terras malditas e permaneci fazendo a única coisa que sabia, servir drinks.

  Eu tinha sim minhas ambições, sendo uma garota no auge dos seus 22 anos, eu gostaria de poder sair daquela prisão conhecida como Triângulo de Ghost River e cursar história, por exemplo. Mas como a lei regente naquele pedaço de velho oeste no século 21 era muito diferente, se eu pisasse pra fora do Triângulo antes dos 27 anos a fazenda Earp automaticamente entrava em leilão. Eu não daria pra Bobo Del Rey, filho do assassino do meu pai, essa vitória. Eu sabia que aquele urubu de moicano cobriria qualquer lance em prol de conseguir o que quer que seja que havia naquelas terras.

   Pode parecer besteira, mas as vezes eu até acredito nessa história de maldição. Earp e Del Rey, dois sobrenomes que causam muita morte e dor para aqueles que o carregam. No meu caso, meu fardo é ficar nessa merda de Triângulo por mais 5 anos. Só mais 5 anos pra pegar minhas terras permanentemente e dar o fora daqui pra sempre. 

ParadiseWhere stories live. Discover now