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Pode se dizer que os acontecimentos que ocorreram na vida de Karina deixaram ela tão fechada para todos a sua volta, que ela se quer conseguia abrir-se para si mesma.

A terapia fazia com que Alícia sempre buscasse uma brecha para que ela falasse sobre as coisas que atormentavam sua mente no seu antigo relacionamento, mas ela se negava constantemente a ter essa conversa e só reprimia dentro de si todos os sentimentos que ao pensar sobre isso causava.

Então tudo o que restava para todos ao seu redor, era esperar que ela tivesse coragem para colocar tudo pra fora e liberar essa confusão que existe dento dela.

— Pipinha, você ainda está com raiva? — Will sabia que apesar de ser durona ela não conseguia ficar séria quando ouvia ele chamando seu apelido de infância.

— O que você quer me contar Will? — por segundos ele fez uma expressão ofendida como se ela estivesse falando um absurdo — O que foi? Eu sei que você quer me contar alguma coisa, eu te conheço mais do que você pensa. Você nunca me chama por esse apelido normalmente, quando chama é sempre por alguma coisa.

— Você realmente não sabe como agir docemente com o seu melhor amigo — continuou com sua cena de drama, mas ao ver que não estava comovendo a espectadora a frente, resolveu contar logo o que estava o deixando completamente ansioso — Bom, tem alguns dias que eu resolvi ir atrás da faculdade de arquiteto que como você sabe eu sempre foi o que eu quis fazer, daí eles me ligaram ontem à noite e me mandaram ir hoje à tarde até lá.

— Você está falando sério? — Karina até poderia se esconder no canto mais obscuro que havia dentro de si, mas ela sabia que esse era um dos sonhos do seu melhor amigo e não pôde conter sua alegria por ele estar conseguindo conquistar isso — Will isso é ótimo, eu fico tão feliz por você. Eu sempre soube que me daria um orgulho imenso.

Ver que ela ficava feliz pela sua conquista fazia com que ele quisesse ser melhor, pois colocar um sorriso naquele rosto era algo que ele sempre tentava fazer.

— Você parece a minha mãe falando — assim que soltou essa piada recebeu um tapa— Antes que eu me esqueça, Alícia avisou que vem pela tarde hoje, então quando alguém bater na porta você pode atender sem problemas, será ela — ali estava, a cara de descontentamento. Ela odiava ter que abrir a porta, porque de acordo com o seu próprio conceito ''não gostaria que as pessoas tivessem essa visão desnecessária ao abrir da porta'', mas querendo ou não ela teria que fazer isso algum dia e essa era a oportunidade que ela precisava ter — Nunca veio alguém até aqui sem que avisassem Kah, não é hoje que isso vai acontecer. Fala sério, você não tem essa sorte.

— Talvez ''sorte'' não é bem a palavra que se encaixa nesse meio Will — suspirou massageando as têmporas — Eu espero do fundo do meu coração que você esteja certo, porque eu vou atender essa porta com a força do meu ódio — aquela expressão totalmente irônica camuflava a enorme insegurança que ela sentia em relação as pessoas, coisas que pareciam ser incrivelmente fáceis pra muita gente, era um enorme desafio para ela.

— Vai ficar tudo bem sua velha ranzinza, apenas abra a porta, tenho total certeza de que a luz do sol não vai te queimar mesmo você sendo uma vampira — falou caçoando.

— Velha ranzinza? Vampira? Até agorinha pouco eu era a Pipinha — cruzou os braços enquanto apertava os olhos desconfiada — Você é mesmo um falso sabia? Só é fofo comigo quando precisa falar ou pedir alguma coisa, vou contar tudo pra sua namorada ai você vai perder todas as suas chances com ela — disse fingindo chateação e aproveitou para alfinetá-lo.

— Karina, quando é que você vai enfiar dentro dessa sua cabeça oca que ela não é a minha namorada? — falou expressando a sua completa indignação — Parece até que você não entende.

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⏰ Last updated: Jan 14, 2019 ⏰

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