Na cidade pequena, os sorrisos são fartos.
Os acenos são constantes,
Os abraços são mais honestos,
As dificuldades são compartilhadas,
As tristezas trazem solidariedade.
Na cidade pequena, mas pequenina,
O tempo tem seu próprio ritmo
O amanhecer é agitado,
Ouvem-se bom dia ou bão dia,
Mas percebe-se a satisfação do trabalho
Árduo, mas honesto.
Homens e mulheres sentem-se dignos.
O dia passa vagaroso.
Casas vazias, crianças nas escolas e nas soleiras das casas
Soltando pipa, jogando futebol, bolinha de gude
Agitam-se novamente ao entardecer
Ouvem-se gargalhadas do prazer do retorno.
Ouvem-se bas tarde ou boa tarde.
Fogão a lenha já aceso a preparar a janta.
Sentam-se a porta para enrolar seu cigarro de palha
Contar os casos ou causos do dia ou das lendas.
Exercitam a paciência, escutando as lamúrias
E as estripulias da criançada
Na cidade pequena, mas pequenina mesmo
Vive-se a humildade em sua plenitude
Vive a felicidade individualizada
Mas compartilhada com todos.
Na cidade pequena, mas pequenina mesmo
Vive-se o tempoditado pelo próprio tempo
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Cidade Pequena
PoetryUma poesia que tenta retratar a vida simples no interior brasileiro.