Coragem Letal

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  Me virei então para Lúcia que abria os olhos ainda caída próxima a parede, eu sorri.

-é sua vez queridinha... Você vai morrer... Igualzinho as suas amiguinhas... E Marie vai morrer logo depois de você... Assim que ela acordar...

-Não acha que passou dos limites Luna? Já não foi o bastante pra vc? Acha que vai matar todas nós e continuar vivendo sua vida normalmente? VÃO PRENDER VOCÊ!!! Você NÃO vai sair impune!!!

  Eu sorri, gostava disso, essa energia, essa luta pela vida... Como se ela tivesse alguma chance... Como se ela pudesse escapar ou me fazer mudar de idéia...

   Continuar vivendo normalmente? Não... Eu não poderia viver normalmente, era simplesmente impossível... Afinal, como se pode viver normalmente com sede de sangue?

   Eu não queria viver normalmente... Mas quanto a me prenderem... Teriam sorte se descobrissem quem as matara, e mesmo assim, jamais me pegariam...

-Lúcia, Lúcia, Lúcia... Você me entedia assim... Por que não implora por sua vida? Talvez assim eu me divirta e acabe com você mais rápido...

-Eu não vou implorar nada pra você!!! Eu tenho NOJO de você!!!

  Ela cuspiu em minha direção, ainda se levantando, eu a ergui pelo pescoço, segurando seu rosto, seu peito se estufou com determinação, seu rosto tentava esconder o medo.

-repete isso docinho... repete que tem nojo de mim...

Meus lábios roçavam seus ouvidos, minhas mãos prendiam seu pescoço...

- não vai repetir...? diga... vamos... diga...

Ela permaneceu quieta, uma determinação firme em seu rosto, apesar do medo evidente.

- Lúcia... Lembra de quando éramos crianças? Quando brincávamos juntas? Era lindo não era?

  Sua boca tremeu, ela se lembrava sim...

- Você nunca foi minha amiga de verdade ou foi?...- perguntei

  Minhas unhas traçavam desenhos em seu rosto arranhando com força sem romper a pele...

-Eu era sua amiga. Até você se tornar um monstro!- ela praticamente cuspiu essas palavras.

  Sua vós era firme, mas vacilou um pouco no final, sorri.

-você acha que virei um monstro Lucy... Você acha que virei um monstro?.... Ha,ha,ha,ha,há.....

  Soltei-a e dancei pela sala rindo...

-Um monstro Lucy....

Há há há há há há há há

  Deslizei os pés descalços pelo chão, ria e sorria, minha cabeça virando devagar, minha vós doce e macia...

-Lucy... Lucy... Lucy... Há há há há há.... Um... Monstro... Há há há há....

  Ela continuou colada a parede, a cabeça erguida, mas seus lábios tremiam... E eu podia ver o medo em seu olhar...

-LUCY!!!- minha vós era um grunhido- VOCÊ me tornou esse monstro princesinha... VOCÊ é pior do que eu... Há há há há há.... - então minha vós se tornou doce e gentil- Eu só estou brincando um pouco linda... Só um pouquinho antes de comer... há há há há há....

  Meu riso insano me deliciava, Lúcia me olhava com medo...

-Pequena Lucy... Não quer mais brincar comigo? Você gostava quando éramos crianças...

  Ela respirava cada vez mais rápido, seus olhos nem sequer piscavam a me observar...
 
- Eu lembro da sua brincadeira favorita... Você gostava de brincar de Pega... Que tal lembrar os velhos tempos...? 

  Ela permaneceu calada, o queixo travado, os olhos fixos em mim. Eu sorri. E ri deliciada.

-ahhh!!! Que bom que aceitou... Vamos brincar então, como nos velhos tempos...

  Peguei-a pelos cabelos atrás de sua nuca e a puxei até a porta, me maravilhei ao finalmente ouvi-la gritar de dor...

  Dei um chute na porta que se quebrou com estrondo. Lúcia começou a choramingar presa por minha mão, então sorri e a soltei.

- vou contar até vinte, e depois vou atrás de você. Há há...

Ela se lançou para a fora, desesperada, seus pés tropeçando várias vezes, sua garganta fazendo estranhos sons de desespero...

Comecei a contar.

- 1...2...3...4...5...- ouvi ela chegando na sala- 6...7...8...9...10...- ela esbarrou na porta de saída...-11...12...13...14...15...- caiu em algum lugar próximo a floresta...-16...17...18...19...20!!!

  Passei como um raio pela porta e fui para fora da casa, então entrei na floresta seguindo o cheiro dela.

-Cadê você Lucy?... Onde você está?...

  Passei a andar lentamente, eu a ouvia correndo, fui caminhando devagar em sua direção... Ela foi adentrando em meio a mata cerrada, podia ouvir os espinhos rasgando sua pele e sentir o cheiro do sangue...

  Ela foi se tornando mais lenta...

-Lucy.... Quer ajuda princesa...? Venha aqui... Eu poderia dizer que não mordo... Mas não gosto de contar mentiras...

  Ela se embrenhava em meio aos espinhos, parei logo atrás e fiquei observando enquanto ela se prendia.

  Então a puxei pelos cabelos e a joguei atrás de mim... Vi sua expressão de completo pavor...

-Luna não...

  Enfiei minha mão dentro de seu peito, a carne se rasgando, as costelas se quebrando, sua vós num grito estrangulado...

- Aaaahhhhhhhhhh

  Senti seu coração batendo entra meus dedos, e comecei a apertá-lo lentamente...

-a a a ahhh ahhhh aaaaahhhh...

  Ele lutava para bater... O sangue jorrava e manchava a nós duas... Ela gritava... Então ele parou. E os olhos dela ficaram fixos e sem luz.

  Arranquei-o e levei até a boca, então o comi, a carne era macia e consistente, o sangue aplacava minha sede... Sorri.

-Ainda falta uma... Há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há.....

Beijos de SangueWhere stories live. Discover now