Entre o céu e o Inferno

Noite de sexta feira, a tempestade não dá trégua. O dia inteiro de forte chuva na pequena cidade no norte do Rio de Janeiro. Um homem magro de cabelo curto preto, pele parda e seus olhos castanhos, está com uma roupa social em uma das mãos ele carrega sua mochila encharcada e na outra o guarda chuva. Tomás Santos, é seu nome um homem simples com dificuldades comuns da vida, trabalha como auxiliar de administração numa pequena empresa que tem como o dono um delegado local. Ele chega a sua residência, é um apartamento alugado, após passar pelo porteiro que o cumprimenta, ele pega o elevador, que o leva ao terceiro andar. Ao abrir a porta, deixa de lado seu guarda chuva encharcado, e ao tirar os sapatos diz.

- Bianca, papai chegou !

Sem nenhuma resposta ele entra. Seu apartamento é pequeno e obtém o necessário para sobreviver. Então se deslocou até a cozinha, bebeu um copo d'água e foi ao quarto de sua filha.

- BIANCA, BIANCA. - Gritou de forma desesperada.

Bianca sua pequena filha de doze anos de idade está deitada no chão, morta. A menina possui as mesmas características do pai, a única diferença são seus cabelos longos. Em lágrimas Tomás tenta reanimá la, ele grita, se desespera. Ao abraçar sua filha ele observa um papel sobre a cama da menina com a caneta ao lado. Ele pegou...

Papai, me perdoe. O que eu estou fazendo vai deixar o senhor triste, mas eu não consigo viver com este fardo em mim. Sei que o senhor faz o possível para me dar o de melhor, mas não consigo viver com aquele homem atrás de mim sempre, Peço que me perdoe papai, eu te amo.

Ao lado da carta tinha o celular da menina. estava desbloqueado e o pai viu a filmagem que a própria menina gravou, posicionando a câmera escondida em seu quarto. Um homem alto, esbelto, branco com o cabelo curto. Estava engravatado. E ao se virar Tomás o reconheceu, era Petros. O homem que comandava o crime sobre a cidade, passou de um jovem vingador a um mafioso poderoso. Ele tinha uma pequena facção na cidade, dificilmente outras maiores conseguiam invadir. Sua arma de fogo e preparações eram incríveis.

- Eu vou matar esse desgr.

Tiros são disparados do lado de fora de sua casa e Tomás cai sem vida.

Que frio. - Pensou Tomás

- Bem vindo caro Tomás.

Tomás abrindo seus olhos devagar observa uma criatura diferente. Seu corpo é composto por ossos, sua altura é de mais ou menos três metros e sobre esse corpo ele utiliza uma capa preta que o cobre por inteira deixando seu rosto de fora.

- AHHH, EU ? EU ? - Assustado gritou Tomás.

- Sim, você morreu. - Disse a criatura.

- Mas.. ?

- Mas o que ? Você levou um tiro certeiro e está aqui comigo.

- O que ? Não acredito. Por quê ?- Tomás entrou em desespero.

- Por quê vocês sempre agem desta maneira?

Tomás gritava, e se esperneava no chão.

- Ei, se acalme. Não adianta lamentar não meu querido.

Tomás prosseguiu com o seu desespero ignorando a criatura.

- Por quê vocês não conseguem aceitar me aceitar ? Sendo que passam a vida inteira sabendo que é a única certeza que vocês terão ?

- Você está brincando comigo ? - Tomás mudou sua expressão, parecia furioso.

- És um homem bipolar ? cadê todo aquele desespero ? - Perguntou a criatura.