Não demora muito para chegar no porto, descemos da carruagem, os trabalhadores do porto pega nossas bagagens e coloca em um quarto com duas camas no convés do navio.
Nosso quarto não é muito grande, mas é confortável, duas camas, uma mesinha, um móvel de madeira com três gavetas, alguns vasos de flores e um banheiro com água para banho._ Ana que lugar lindinho, vou separar algumas roupas para usarmos durante a viagem, você quer algo específico?
_ Não, qualquer coisa serve,não sei se terei ânimo para participar do jantar.
_ E posso saber o porquê?
_ Talvez porque estou preste a casar com alguém que não conheço e nem mesmo estou apaixonada?Minha amiga segura minhas mãos tentando me confortar e fala :
_ Ana você tem que entender que nós não casamos por amor, mas sim por conveniência.
Infelizmente suas palavras são verdadeiras , no contexto em que vivemos encontrar o amor é algo raro , normalmente casamentos são contratos entre famílias nada mais que isso .
_ Pode não ama-lo assim que lhe ver , mas com a convivência talvez aprenda a pelo menos gostar dele , é assim que funciona os casamentos.
_ Você está certa! Mas ainda assim não tenho vontade de sentar a mesa com ninguém.
_ Está bem não irei insistir , durante o horário do almoço Irei descansar porque a noite quero conhecer muitas pessoas .
_ Pode ficar a vontade, não se preocupe comigo
_ Olha Ana eu realmente não irei lhe pressionar, sei que precisa passar um tempo só, então vou dá uma volta pelo navio.
_ E eu vou deitar um pouco.
_ Está bem , mas não pense besteiras.Joana sai e me deito em minha cama , alguns minutos e me pego pensando sobre o sonho que tive, na verdade não fora exatamente um sonho, mas fragmentos de lembranças, lembranças essas que viraram feridas que insistem em não cicatrizar .
As lembranças de Alfonso são como um sonho distante mas ao mesmo tempo perto.
Não sei se serei capaz de esquecê-lo , o mesmo está gravado na minha alma e eu o amo tanto que chega a doer , foram tantos anos sem lhe ver , mas ele continua aqui em meu coração e sua lembrança me manteve viva e forte esperando o momento em que sairia do convento e correria para seus braços.
Infelizmente isso não será possível, cheguei em um momento em que já não tenho força para me manter firme, já não sou determinada como antes , talvez meu amor por ele seja impossível , infelizmente só me resta as recomendações e o bracelete que o mesmo me presenteou em meu aniversário.Levanto-me vasculho minha mala a procura do bracelete, mas encontro os bolinhos de cacaú , coloco o mesmo em cima da cama e volto a procurar o bracelete, sacudo um vestido quando meu bracelete cai perto da porta , pego ele e o coloco .
Já de volta a cama com a caixa de bolinho e usando o bracelete começo a compara-los .
Amor ou conveniência?
Carinhoso ou rabugento?Indago a mim mesma .
Posso até colocar em uma balança, mas a verdade é que não faço a mínima idéia de como será minha vida daqui para frente.
Cansada de me martirizar decido para de pensar tanto no passado como no futuro, simples levanto-me e caminho em direção a proa para deixar que o vento leve meus anseios, medos , inseguranças e preocupações.O vento forte sopra em meus cabelos soltando a fita que estava prendendo os mesmos e eles voam junto com a brisa do mar, os mesmos são longos e avermelhados , confesso que quando criança me envergonhava por ter os cabelos diferente e até mesmo das sardas em meu rosto , todos me olhavam com olhares de curiosidade e isso sempre me causava insegurança , eu me sentia feia e muitas vezes uma aberração.
Muitas vezes meus pais foram questionados sobre o porquê eu ser tão diferente deles , minha mãe e irmã sempre tiveram os cabelos negros como a noite, pele clara mas sem sardas , olhos castanhos enquanto os meus eram verde esmeralda e essa era a única coisa que eu tinha em comum com meu pai.
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Ana Júlia de Aragón( com erros ortográficos e sem revisão )
RomanceAna Júlia é uma jovem que vive na Espanha de 1864 e sonha em sair do convento para reencontrar seu grande amor. No entanto, seus planos mudam drasticamente quando recebe uma carta informando que terá que se casar com um homem desconhecido. Ana Júlia...