Prólogo

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KEVIN

Existia uma coisa que eu adorava fazer.

Viajar.

Embora o fuso horário fosse louco e eu sofresse constantemente de jet lag, estar pulando de um país para o outro, era algo que eu não pretendia deixar de fazer tão cedo. Minha mãe ficou maluca quando descobriu que eu queria ser piloto de avião. "É uma profissão muito perigosa, meu amor.", ela disse.

Será que as pessoas não entendiam que aviões eram o segundo meio de transporte mais seguro? O primeiro, é claro, era o elevador. Com esse é difícil competir. De qualquer forma, eu adorava estar a milhares de pés de altura, vendo o mundo lá de cima, as vezes por entre nuvens. A sensação de liberdade era inexplicável. Sempre gostei de adrenalina e ser piloto de avião tinha se tornado parte da minha essência.

Porém agora, eu estava em terra firme e dirigindo meu carro até o meu segundo lugar favorito.

O apartamento da minha noiva.

Susan e eu estávamos juntos há três anos e para ser sincero, eu sabia que minha irmã não gostava muito da mulher que escolhi para me casar. Mas o que eu podia fazer? Era eu quem tinha de decidir isso, não Alicia.

Ainda era sábado, um dia antes do aniversário do meu pai. Eu só iria chegar a Nova York no domingo, mas consegui uma troca de voo e cheguei no dia anterior. Agora, eu estava indo para o apartamento de Susan, algumas horas depois de ter aterrissado e queria lhe fazer uma surpresa.

Minha noiva costumava reclamar demais da minha falta de tempo. Eu, por outro lado, não podia culpá-la. Era verdade. Algumas vezes eu chegava a ficar duas semanas longe, ou até quase três. Susan reclamava que tinha de cuidar dos preparativos para o casamento sozinha, que eu não estava perto para irmos ao cinema, fazer um jantar romântico ou apenas nos enroscar na cama.

Infelizmente, a vida que eu escolhi era cheia de horários loucos e tempos fora da cidade. Quem quer que se envolvesse comigo, tinha de entender.

Olhei para o relógio do painel do carro. Marcava duas horas da tarde. Susan teria uma surpresa ao me ver. Eu tinha a chave do apartamento dela, tinha livre acesso e muitas vezes eu chegava de madrugada e me metia debaixo dos lençóis ao lado dela. Dessa vez, eu chegaria cedo, um dia antes do planejado e sei que ela ficaria feliz.

Por sorte não era horário de rush e eu consegui chegar rápido ao apartamento de Susan. Estacionei meu carro e olhei para o grande edifício antes de descer do veículo. Assim que coloquei os pés na calçada, senti a lufada de ar um pouco frio naquele outono em Nova York. Passei a mão pela minha calça jeans, ajeitando-a nas coxas e arregacei as mangas da minha camisa cinza até quase os cotovelos. Tateei o bolso para verificar se as chaves estavam mesmo ali por puro hábito e subi.

Era um edifício moderno e não muito alto. Susan morava no terceiro andar e o corredor estava bem tranquilo quando eu saí do elevador. Tirei as chaves do bolso e enfiei na fechadura. Quando abri a porta, encontrei a luz da sala completamente acesa, um sinal de que Susan estava no apartamento. Fechei a porta atrás de mim e me senti em casa. Eu passava mais tempo ali do que no meu próprio apartamento.

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