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Lacoste

Na visão de toda mulher o homem é sempre o pilantra, o que não presta, o vagabundo, puto e ordinário mas ninguém fala das madames que se aproximam dos caras só na visão do malote, do status, de tudo do bom e do melhor que o mano pode proporcionar. Dizem logo que são visionárias, que tá certo, que se o homem quer mulher bonita tem que fazer e acontecer mas colar certinho com o cara que é bom, nada.

Em partes esse é o caso da Imara, a diferença é que eu peguei ela novinha, ainda era iludida com a vida e pra facilitar tudo pra mim, ela era do tipo que se as amigas fazem, ela faz também pra não ser chamar de careta, e como eu estava interessado nela eu fiz de tudo pra ter a mina no meu porte e não foi nem tão difícil. Uns presentinhos ali e aqui, levando nos lugares mais chiques, sempre deixando ela toda no trato e na cama ela sempre representou depois que perdeu a virgindade, parecia uma puta na cama e uma princesa na rua.

A época da gravidez que as coisas mudaram, era de risco e a gente mal tinha um momento íntimo juntos e por opção minha eu fui procurar na rua sim, não vou ficar de hipocrisia dizendo que "a carne é fraca" e nem justificar tudo com "eu sou homem e tenho minhas necessidades", não tem nada haver com isso, eu trair por opção minha, eu escolhi fazer aquilo. Mas, minha filha é tudo pra mim, eu sou grato por ter ela em minha vida, é a criança muito esperta e cheia de luz, minha calmaria pra tudo e todas as coisas.

Tirei a camisinha e fui até o banheiro jogando no vaso, sei o quanto essas malucas são doidas pra aparecer com filho meu e da o mole de jogar na lixeira pra uma delas realizar esse sonho não é comigo, me certifiquei que desceu e aproveitei pra me lavar e vestir minha roupa, hoje era meu dia de buscar a Aurora na escola e como sempre eu havia passado um pouco do horário.

Carla: Quando vamos nos ver de novo? - Perguntou se sentando na beira da cama e me observando pegar minhas coisas.

Lacoste: Quando eu tiver vontade Carla, até lá fica na sua já te mandei parar de caçar confusão com a minha mulher - Olhei serinho pra mesma que revirou os olhos na hora.

Carla: Não arrumo confusão com ninguém, ela que é corna mansa e não aguenta a verdade - Deu de ombros rindo.

Lacoste: A maioria de vocês que eu levo pra cama só fazem isso porque tem o sonho de tá no lugar dela e não adianta vim dizer que gosta do jeito que tá que eu sei que é mentira, mas tu ou qualquer outra ficar debochando da Imara não vai mudar o fato que eu durmo e acordo com ela, que temos uma história e uma filha juntos, vão acabar é na salinha ficando sem cabelo. - Pisquei pra ela que ficou parada me olhando.

Fiquei sem resposta e aproveitei pra meter o pé, a favela tava tranquila e já tinha uns moleques brincando na rua com a farda da escola o que já era um costume quando ia se aproximando do horário de almoço. A NH sempre foi bem tranquila tirando os contras que acontece em toda comunidade.

Aurora: Papai o senhor demorou de novo, achei que tinha esquecido que é seu dia de me buscar - Falou de cara feia quando entrou no carro.

Lacoste: Perdoa o papai minha princesa, tive um contra tempo no trabalho - Me expliquei soltando uma risadinha quando ela fez careta pra mim.

Aurora: Que trabalho é esse que toma seu tempo todo assim? É trabalho escravo? - Arqueou a sobrancelha igual a mãe dela faz e eu gargalhei.

Lacoste: Tá muito abusadinha em, não é trabalho escravo não mas se o papai não trabalhar certo ele é posto pra fora - Tentei explicar e recebi outra careta em resposta.

Imara já estava na porta de casa esperando a Aurora que não exitou em sair às pressas e se jogar nos braços da mãe, acenei pra ela afim de provocar e a mesma discretamente me mostrou o dedo do meio antes de dá as costas e entrar em casa.

Aurora Monteiro Cardoso, 8 anos
// @valentinaeduardam

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⏰ Last updated: Dec 15, 2023 ⏰

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