Capítulo Quarenta

8.1K 848 133
                                    

Laura

— Tem certeza que quer fazer isso querida? — Minha mãe alisa meu ombro, enquanto aguardamos o médico legista.

— Eu tenho que fazer isso, mãe. Não posso deixar aquele louco impune — Digo e ela assente, mas seu olhar é tristonho. Dona Lara está sofrendo muito com essa situação.

Meus pais estavam tentando segurar a barra por mim, mas estava estampado nos olhos deles, que ambos estavam muito preocupados comigo.

— Você tem razão — Ela alisa meu rosto e fecho os olhos com dor, quando ela toca um ponto dolorido.

— Perdão filha, não quis te machucar.

— Tudo bem — Ofereço um sorriso fraco.

Olho para as minhas unhas tentando me distrair e vejo como elas estão imundas pelo sangue dele.

Na delegacia não havia sido nada fácil. Aparentemente o Delegado ficou muito irritado de ter sido acordado do seu cochilo e sua má vontade comigo era nítida.

— O que aconteceu com a princesinha? — Seu tom de deboche me fez ter ainda mais raiva.

— Vim prestar queixa sobre o homem que foi preso a pouco. Ele entrou em minha casa e tentou me violentar — Conto e ele faz algumas anotações no seu computador.

— E que tipo de relação a Senhorita tinha com esse homem? — Ele abaixa os óculos me fitando.

— O conheço da cidade apenas — Digo e ele sorri de lado.

— É muito comum aqui na delegacia mulheres frustradas por não conseguirem algo e armarem uma situação fantasiosa. Conheço Lucas desde que era criança. É um bom menino, sempre foi e tem muito dinheiro — Custo a entender o que ele está supondo.

Olho para ele com sangue nos olhos.

— Senhor Delegado, não sei aonde o senhor quer chegar com essas insinuações, mas eu vim aqui prestar uma queixa de invasão de propriedade, agressão e tentativa de estupro! Faça o seu trabalho, que é proteger o cidadão, aplicando a lei! — Ele se endireita na cadeira, resmunga algo que não consigo entender e assente.

— Terá que passar por um exame de corpo de delito — Diz, me entregando uma folha.

— Obrigada. — Me levando sem falar mais nada.

Encontro meus pais me aguardando do lado de fora e não comento nada, porque não quero eles fazendo barraco aqui, então apenas seguimos até o hospital.

— Laura? — Levanto a cabeça ao ouvir alguém me chamando.

Ah, não. Tanto dia para nos encontrarmos, tinha que ser logo hoje?

— Oi, Antony — Ele me analisa e frase o cenho.

— O que aconteceu com você? — Pergunta se abaixando na minha frente, tomando meu rosto nas mãos para analisar os ferimentos.

— Um louco invadiu minha casa, estou aqui esperando o médico legista — Digo, não fazendo questão de esconder o que aconteceu. Gostava de Antony e o achava um cara do bem.

E ele parecia guardar uma dor como a minha. Isso era perceptível em seus olhos.

— Venha, não vai ficar esperando nesse corredor — Ele segurou minha mão e me ajudou a levantar.

Meu corpo estava todo dolorido, sem contar na tremenda dor de cabeça e o latejar nos lábios.

— Para onde está levando ela? — Minha mãe pergunta, já no nosso encalço.

Querido ProfessorWhere stories live. Discover now