No entanto, a resposta foi surpreendente:
- Sou a Brenda. Vim ver o apartamento.
Abriu a porta, ainda sem entender. Não teve tempo de falar, porque... Foi com uma rapidez inacreditável que todo o resto aconteceu...
A garota vestida de forma carnavalesca arregalou os olhos, chocada com sabe-se lá o que... O berro de pavor que Silvinha soltou da porta da cozinha ecoou por toda a sala... Cris se virou e também não acreditou no que viu...
Bárbara inteiramente despida, com exceção de uma calcinha minúscula e absolutamente transparente, os sapatos de salto agulha e um chicotinho que brandia no ar, enquanto dizia com uma voz grave e dominadora:
- Vou mostrar quem é que manda aqui, cadelas!
A garota multi colorida exclamou:
- Meu Deus, o que é isso?
Silvinha gritou:
- Cacilda Becker! A prima da minha chefe é sadomasoquista!
Cabendo a Cris tentar recuperar a ordem e o controle:
- Que putaria é essa? Cadelas vírgula! Tá pensando o que, minha filha?
Bárbara abaixou o chicote, completamente surpreendida:
- Ué... Não era isso que vocês queriam? Mas foi o pedido...
Imediatamente, Cris inquiriu:
- Pedido? Que pedido?
Como resposta, a dominatrix ainda despida questionou:
- Aqui não é o 207?
Foi Silvinha quem respondeu:
- Não.
Com um suspiro exasperado, Bárbara soltou:
- Ai, cacete! – começou a se vestir, enquanto falava – Eu sinto muito, meninas. Errei de apartamento...
Cris deixou escapar sem querer:
- Tava bom demais pra ser verdade...
Bárbara parou na frente dela - toda arrumada de novo, com a bolsa pendurada, pronta para seguir seu rumo – e falou:
- Fica chateada não, gata. Toma. – entregou um cartãozinho para Cris – Me liga, que eu compenso o transtorno te fazendo um precinho camarada.
Completou a frase com uma piscada sedutora, antes de perguntar:
- Alguém sabe onde fica o 207?
Foi Silvinha quem respondeu:
- No corredor lá do outro lado.
Cris continuou parada, segurando o cartão, olhando fixamente para a retaguarda da prostituta que se afastava...
Só voltou a se mover quando ouviu Silvinha falar para a garota que permanecia boquiaberta do lado de fora:
- Vamos entrar?
Silvinha ofereceu a caipirinha que ainda estava segurando – a mesma que havia acabado de fazer para mulher de vida fácil – para a prima da chefe, com um sorriso quase melado:
- Quer?
Brenda olhou para ela, ainda desconfiada – ainda estava nervosa por causa do susto que havia levado - mas resolveu aceitar:
YOU ARE READING
Regra de Três ou Rebuceteio
RomanceCris e Silvinha, duas amigas lésbicas, estão à procura de alguém para dividir o apartamento com elas, e quem sabe, até algo mais. Geralmente, quem procura acha. O que não quer dizer que vai encontrar, exatamente, o que buscava. Inúmeras confusões, s...
Capítulo 2
Start from the beginning