— Sim senhor. — É o que ela diz e assim vai em direção às crianças.

Olho para Jordan tão feliz e, olhando-o assim ninguém diz que ele sofrera a pouco tempo atrás. Foi uma luta atrás  da outra. Não queriam de maneira alguma que adotaçemos ele. A justiça tentou de todas as maneiras impedir alegando que iriam procurar parentes e derentes que talvez estivessem por aí perdidos no "raio que o parta". Agora eu pergunto, como iam saber quem são os parentes já que ele fora abandonado desde novinho? Eles amançaram mais quando a assistência pessoal e o Conselho tutelar interveio.

Por sorte o Pedro, amigo de Vinicius tem ótimos contatos e não economizou até conseguir nos ajudar.

A três dias atrás recebemos o registro e documentos que comprovam que somos oficialmente os pais de Jordan Duarte Monteiro.

— Temos que conversar Mariana e não passa de hoje! — É taxativo quando me pega pela mão nos levando para dentro.

Estou apreensiva e além assim que paramos em frente aquele quarto.
Porém em instante algum ele soltou a minha mão, talvez sabendo bem como eu estava ele quis passar confiança.

Durante esses meses conversamos bastante sobre nossa situação e o que nos levou e chegar onde chegamos. E confesso que foi um baque assustador ao ouvir de sua boca que não se controla quando o assunto sou eu. Que não aceita a ideia de me ver com outro, entretanto seu modo de pensar mudou ao me ver deitada em uma cama de hospital.

Ele disse que ali ele abriu os olhos em relação a tudo.

Inclusive ao que sentia por mim.

Eu simplesmente fiquei sem reação. Apreensiva em tudo acontecer novamente, por isso a decisão de fazermos terapia juntos veio. E pode acreditar, não partiu de mim essa idéia.

Entro cautelosa observando todo o lugar. Apreensiva em encontrá-lo todo destruído. Mas que idiotisse, é claro que viriam aqui arrumar.

Ele fecha a porta atrás de si e se mantém encostado nela com as duas mãos atrás das costas.

— Eu a trouxe aqui hoje porque quero que mude a visão desse lugar, desse quarto que também será seu. — Diz pondo as chaves em cima do móvel ao lado da porta.

— Vinícius, eu já esqueci. — Digo, mas ele sabe que estou mentindo. — Eu te perdoei e não tenha dúvidas quanto a isso. Te perdoei porque você provou está mudando, provou que se arrependeu e o mais importante; Você está correndo atrás do prejuízo. E eu também te amo. — Sussurro a última frase, mas tenho absoluta certeza que ele ouviu.

— Aquele dia quando você saiu pela porta eu me olhei no espelho eu vi seu pai refletido. Mesmo sem o conhecer eu o vi. Refletido em mim.— Me arrepio — E eu não quis ser ele Mariana entende? Mas de alguma maneira estava me tornando e tinha que dá um basta. Me perdoa...

As lágrimas transbordam em seus olhos, se perdendo na barba farta.

— Eu te perdoo. — Falo quando ele se aproxima. Levo minha mão ao seu rosto para secar suas lágrimas e ele inclina o mesmo, recebendo meu toque — Eu já te perdoei. — Sussurro.

— Então aceita ser minha mulher, casa comigo e vamos juntos cuidar da nossa família. — Pede causando palpitações súbitas em meu peito. Fazendo retirar minha mão do seu rosto em um ato de surpresa.

— Casar? No papel?

— Sim.

— Vestida de noiva?

— Uhum. — Ele balança a cabeça, visivelmente divertido com as minhas perguntas sem cabimento.

— Cadê o anel? — Indago olhando por detrás dele tentando achar algo. Se for para noivar e não ter um anel para mostrar para todo mundo eu nem noivo.

 MARIANA ©  - OGG 1 [COMPLETO]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum