- Vamos para casa agora. Não deveria ter saido de lá. Eu espero que ela não tenha te envenenado, mato ela pessoalmente.

Faço uma careta enquanto ele pega minha mão e me arrasta para ir embora.

Percebo que o Peter estava bastante silencioso e isso me preocupava. O encaro mas mesmo assim ele parece não perceber, ou finge não perceber.

- Aconteceu alguma coisa?

Ele me olha assustado e percebo logo em seguida ele morder os lábios e passar a mão nos cabelos, mostrando que ele estava nervoso.

- Eu preciso te contar uma coisa que eu não contei na floresta.

Ele esconde mais coisas dolorosas sofre o seu passado?

- Pode falar...

Minhas voz sai em um sussurro e ele me guia para um banco.

Depois de um tempo, ele respira fundo e começa a falar.

- Quando a Lizabeth me deixou, eu fiquei arrasada, meu irmão me traiu, ninguém mais acreditou em mim, e a mulher que eu amava foi embora... Eu não tinha razão para viver... Minha mente estava presa em melancolia e tristeza.

Meus olhos começam a arder prevendo o que ele vai dizer.

- Enquanto os jovens da minha idade estavam curtindo, eu estava sofrendo. Eu não tinha como aliviar a dor, não aguentava mais, era forte demais, então... Eu me joguei debaixo de um trem.

Meu coração está batendo tão forte no meu peito que era quase doloroso. Eu pressiono minha mão contra a minha boca e prendo a respiração.

- Eu só pensava na morte, Laura.

Mantenho minha atenção focada nele e pego sua mão.

- Eu que eu estou te desapontando.

- Peter...

Ele olha para mim como se fosse chorar, mas, como de costume, as lágrimas não vêm.

- Isso não é tudo...

- Estou te ouvindo.

- Você tem que entender, eu estava tão desesperado... com tanta dor.... Eu pensei que o trem seria a melhor opção, eu encontraria minha paz.

Ele olha para mim e logo seus olhos escapam desconfortável.

- Foi quando eu conheci o Viktor Bartholy... Ele era o único interessado na minha música, e antes, cada um dos meus shows ele vinha me ver no camarim. Ele sempre falava que eu era melhor que o Stelian e me dava apoio. Mas aquilo não era suficiente para mim, eu já estava morto por dentro. Foi ai que eu decidi ir até a estação de trem e ir embora. Chegando lá, eu não tinha para onde ir, então decidi acabar com tudo ali mesmo.

- E o que aconteceu?

Sussurrei sentindo meu estômago embrulhar.

- Eu não tive tempo de ficar sob o trem, o Viktor me seguiu, ele me salvou e me transformou. Ele me convenceu, me vendeu a paz de espírito, então eu aceitei a pior coisa: a imortalidade.

Seus olhos pareciam perdidos, como se ele estivesse vendo a cena em sua frente.

- Eu rapidamente me tornei mais sensível, mais alerta, senti como se estivesse enlouquecendo e o dia me irritava. Assim estou até hoje.

Ele se levanta e pega minha mão, volta a caminhar calmamente e fico chocada com tudo. Tento absorver tudo calmamente, mas é impossivel.

- Não fique pensando nisso.

Ele parou e me beijou apaixonadamente. O sorriso em seu rosto, me mostra que ele está bem.

Continuamos a caminhar para voltar a mansão, parando de vez em quando para nos beijarmos.

Em um momento, um carro chega perto de nós, desacelerando ao nosso ritmo. As janelas são escuras. Uma sensação estranha me invade.

Uma porta se abre de repente e quatro homens pulam encapuzados pulam para fora!

O Peter imediatamente se posiciona na minha frente para me proteger.

- Vamos sair daqui, Peter!

Mas é tarde! Os estranhos tiram uma arma de dentro do casaco e apontam para ele!

São os descendentes!

Um assobio é ouvido assim que disparam uma bala no meu vampiro. Ele evita facilmente, mas outra bala passa zunindo por nós.

Gritos horrorizados surgem da minha garganta! Eu mal tenho tenho tempo para entender que o Peter já desabou no chão.

- PETER!

Os descendentes se aproximam dele e eu me jogo em um deles.

- NÃO ENCOSTA NELE!

Mordo o braço de um e o escuto gritar.

- Vadia!

O cara me empurra para trás e eu caio no chão com força. O Peter olha para o homem e tenta se levantar, mas não consegue.

Sinto uma pontada em minha barriga quando tento levantar e isso me faz continuar no chão.

De repente, vejo um dos homens puxar sua arma novamente. Eu aperto a mão na minha boca.

Eu tento levantar mas minha barriga dói muito. Lágrimas escorrem como uma cachoeira enquanto eu estou totalmente desesperada.

Is it love? PeterWhere stories live. Discover now