things have changed

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Zabdiel ficou estático com a pergunta da garota a sua frente. Como assim a traído? Ele nunca faria isso e ela deveria saber. Ela tinha que saber.
- E-eu não... Que pergunta é essa? - O olhar do garoto estava ainda mais confuso.
- Vou te refrescar a memória. - Pegou o celular que estava em seu bolso, deslizando o dedo pela tela enquanto Zabdiel observava cada movimento seu. A garota abriu um sorriso que Zabdiel considerou como assustador praticamente atirando o celular em cima do rapaz em seguida, que o segurou por pouco. Ele olhou para a tela, piscando algumas vezes para ter certeza do que via. Não era possível! Gwen era baixa demais, desprezível demais. Havia conseguido atrai-lo para isso, pra tirar a porcaria da foto. Ele entendeu tudo. E Karol entendeu tudo errado! Zabdiel passou a mão livre, que não segurava o celular, pelo rosto. Estava irritado, muito mais irritado do que no dia que essa foto havia sido tirada.
- Ela armou isso, Karol! - Zabdiel falou apressado, olhando pra namorada com um olhar aflito. Karol balançou a cabeça em negação. Não tinha como ser armação.
- Para de mentir! Para! - Puxou o ar, tentando segurar todas as lágrimas que teimavam em querer cair. - Primeiro aquelas fotos na lanchonete, vocês dois juntos. Eu te perguntei, Zabdiel, e você... Você me disse que tinha ido conversar pra ela parar com as provocações.
- E eu fui! - Zabdiel praticamente gritou. Não aguentava mais toda aquela situação.
- Foi pra isso e depois voltou atrás? Indo se encontrar com ela? Mentindo pra mim que iria na reunião com o Renato e provavelmente era com ela que você estava, não é? - Karol riu sem humor algum. Riu alto. - Eu sou uma idiota! Eu acreditei em você, sabia? Acreditei que você me amava... Acreditei que podíamos dar certo.
- E nós podemos! - Zabdiel já chorava. Não se importava. Na verdade, não se importava com mais nada. Estava completamente esgotado e só o que queria era a menina em seus braços. Deu dois passos em direção de Karol mas a garota se afastou ainda mais, estendendo o braço em direção a ele com a mão aberta em sinal para que ele ficasse onde estava.
- Não se aproxima. Não chega mais perto. - Karoline falou entredentes, contendo a vontade de gritar. - Acabou, Zabdiel. Você e ela conseguiram.
- Karol... Não faz isso. Me escuta. - Zabdiel estava implorando. Implorando pra que ela ouvisse, pra que ela ao menos parasse pra raciocinar e ver que ele não tinha culpa. Mas ela estava decidida.
- Sai daqui. - A garota falou firme deixando algumas lágrimas caírem. Zabdiel se assustou com aquelas palavras. Seus olhos vermelhos pelas lágrimas a olhavam com uma tristeza que Karol nunca pensou em ver refletido neles. Mas já não importava. Zabdiel já havia errado o suficiente com ela.
- Eu vou te provar que eu não tive culpa. Eu não vou te perder.
- Vo-você já me perdeu. - Karol falou baixinho, entre soluços, quase que para si própria. Zabdiel balançava a cabeça negativamente como quem não acredita no que está acontecendo. Virou as costas indo em direção a porta e saindo pela mesma, a batendo.
Karol se permitiu desabar no sofá ali, colocando as mãos no rosto e deixando todas as lágrimas que segurou enquanto Zabdiel estava presente rolarem. Chorou tudo o que podia. Os soluços eram altos mas ela não se importava. Só queria arrancar toda a dor que sentia do peito. Lana apareceu minutos depois, vendo o estado em que a amiga estava e a abraçando. Toda a dor que Karol sentia doía em Lana. Sempre foi assim. Ela a abraçou forte, deixando Karol deitar a cabeça em seu colo em seguida para que ela pudesse a consolar. Passou a mão pelos cabelos da amiga e como numa última tentativa de a acalmar e acalmar a si própria falou um "vai ficar tudo bem".

[...]

Haviam se passado sete dias. Uma semana inteira de Karoline chorando, se culpando, não dormindo. Uma semana com todos os meninos indo a visitar no quarto em que ela passou a dividir com Lana. Christopher não se importou, sabia a importância de Lana estar ao lado de Karol nesse momento e admirava isso nas duas. Elas não se deixavam só, não mediam esforços para ver a outra bem e se cuidavam de uma forma absurda. Lana tentou todos os dias fazer Karol sair do quarto, se animar, se distrair. A maioria das tentativas não dando certo mas ela não desistia.

Noche InolvidableWhere stories live. Discover now