Capitulo 2 - A nova vida

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1993

Acordei gritando no meio da madrugada. Eu estava muito assustada com o pesadelo que tive. Na mesma hora, papai veio ver o que acontecia.

Depois de ter descoberto que Remus Lupin não é meu padrinho e sim meu pai, abracei minha nova vida sem medo mesmo sabendo que ele é um lobisomem. Eu estava ansiosa em começar a aprender sobre o mundo bruxo, mas algumas coisas começavam a me preocupar.

- Tudo bem filha? - ele sentou ao meu lado na cama.

- Eu sonhei que você se transformou em lobisomem no meio de um monte de pessoas e alguém atirou em você... - medo de lobisomem eu não tinha, mas depois de pensar sobre as implicações daquilo comecei a ter medos diferentes.

Papai me abraçou.

- Acalme-se Lana, agora que estou tomando a poção Wolfsbane esse risco já não existe mais. Eu fico sonolento demais para sair correndo pela rua.

- Eu não quero perder você pai - o abracei.

- Não vai Lana. Eu vou estar sempre aqui. Agora volte a dormir. Ele me cobriu, deu-me um beijo na testa e saiu do quarto.

*
Na manhã seguinte acordei cedo. Íamos ao Beco Diagonal comprar o material para o meu primeiro ano em Hogwarts. Eu troquei de roupa e fui andando pela casa. Era uma cabana muito pobre e as tábuas do assoalho gemiam a cada passo meu. Encontrei papai na cozinha preparando o café. Dava para perceber que ele não estava muito à vontade com a simplicidade do lugar e se arrependera um pouco de ter me trazido. Tudo parecia muito velho e os cômodos eram apertados, além de serem poucos. Ao contrário de mim, papai não teve um quarto pra dormir. Um velho sofá lhe serviu de cama.

- Bom dia, Lana. Conseguiu dormir depois do pesadelo? - perguntou papai colocando uma xícara de chocolate quente pra mim.

- Bom dia, pai. Consegui sim. Obrigada.

- Assim que você terminar nós saímos.

Acenei positivamente com a cabeça.

Como ele havia dito, depois de comer, saímos. Fomos para um lugar chamado Caldeirão Furado, mas não nos demoramos ali. Nos fundos do bar havia uma passagem secreta para o Beco Diagonal e esse sim era nosso destino. Papai bateu em alguns tijolos com uma vareta de madeira e eles simplesmente se afastaram formando uma passagem. Foi incrível! Do outro lado, havia a maior variedade de lojas e apesar de ainda ser muito cedo, muitas pessoas já circulavam por ali.

- É aqui que todos os bruxos fazem suas compras Lana, e lá na frente, aquele prédio - papai apontou. - É Gringotes. O banco dos bruxos. É para lá que vamos primeiro.

Ao entrar no banco, fiquei admirada com o que vi. O lugar tinha um intenso brilho dourado e duendes que tomavam conta de tudo. Papai se aproximou de um deles em frente à uma mesa muito alta e disse um número entregando uma chave a ele em seguida.

- O cofre é da sua mãe, da época em que ela estudou em Hogwarts. Agora tudo o que tem lá é seu - explicou papai ao ver minha expressão intrigada.

Descemos com o duende em um carrinho que se parecia com aqueles que os mineradores usam e paramos em um corredor com várias portas. Todas eram de cofres e entramos em um deles. Papai se adiantou enquanto eu olhava maravilhada uma pilha de moedas que havia no meio do chão e pegou algumas para mim.

- 1 Galeão é igual a 17 Sicles, é a mais valiosa, feita de ouro. 1 Sicle é igual a 29 Nuques, é feita de prata e 1 Galeão vale 493 Nuques, a menos valiosa, feita cobre. Não se preocupe em decorar isso agora. Com tempo você pega o jeito. Agora vamos. Temos uma enorme lista - disse ele saindo do cofre.

Papai estava com a carta vinda de Hogwarts e dentro do envelope, além da carta aceite, havia uma lista de material. Compramos quase tudo o que era preciso e ainda pude comprar 2 sorvetes na Florean Fortescue's. Papai tinha razão sobre o dinheiro ser suficiente, mas ainda achava um pouco de dificuldade lidar com aquelas moedas.

- A única coisa que faltava agora é a varinha - disse papai jogando a embalagem vazia de sorvete no lixo.

Com essa afirmação concluí que aquela vareta que ele usou para abrir a passagem do Beco Diagonal, que se parecia muito com uma baqueta, deveria ser a varinha dele, e logo eu teria uma também.

Entrei meio tímida na loja do senhor Ollivander, mas ele fez o máximo que pode para que eu me sentisse à vontade. Papai o cumprimentou e ele sorriu de volta.

- Qual é a mão da varinha? - perguntou chegando mais perto de mim.

- Eu não sei... - respondi sem graça.

- Qual mão você usa pra escrever?

- As duas... - me sinto ainda mais envergonhada por não ter uma resposta mais direta para dar.

- Isso não é ruim menina, não fique preocupada - o vendedor parecia ter lido meus pensamentos.

Ele pegou uma pequena fita em cima do balcão e voltou para medir meus braços.

- Como imaginei. São praticamente do mesmo tamanho - ele sorriu para papai que retribuiu o sorriso. - Experimente essa - disse o senhor Ollivander me entregando uma varinha.

Eu admirei o objeto e o segurei com a mão esquerda. Olhei para meu pai sem saber o que fazer. Ele olhou para mim e gesticulou para que eu girasse e sacudisse a varinha.

Fiz exatamente o que ele disse, mas não sei se fiz certo, pois algumas coisas voaram descontroladamente da prateleira em que estavam.

- Não, - disse o senhor Ollivander. - Tente essa aqui - ele me entregou outra varinha.

Assim como havia feito com a primeira, mais uma vez eu a girei e sacudi. Para a minha tristeza, vários outros objetos despencaram de outra prateleira.

- Com certeza não - o senhor Ollivander ainda estava sorrindo. Não parecia ter se zangado. Ele sumiu em meio às prateleiras e voltou instantes depois com outra varinha. - Tente essa.

Dessa vez eu preferi segurá-la com a mão direita. Papai balançou a cabeça positivamente e eu fiz o mesmo movimento de antes. Só que as coisas não voaram por todos os lados. Um facho de luz saiu da ponta da varinha e me envolveu.

- Perfeita! - o vendedor sorriu. - Redwood com núcleo de pelo de Unicórnio, 36 cm, um pouco maleável. - Ollivander olhou para meu pai - parece com a mãe por fora, mas por dentro é você.

Papai acenou e sorriu para ele. Pagamos pela varinha, nos despedimos e fomos embora.

- Porque ele disse aquilo sobre você e mamãe? - perguntei depois que deixamos a loja.

- A madeira com a qual sua varinha foi fabricada, é a mesma usada na varinha da sua mãe - ele segurava minha mão enquanto andávamos. - E o núcleo dentro dela e o mesmo da minha.

- Incrível - eu sorri. - Sou um tipo de mistura perfeita de vocês dois.

- Bom, parece que você é.

- O senhor Ollivander não esquece nenhuma varinha que vende? - perguntei.

- Nunca. Ele fabrica e vende todas elas. Nunca se esquece.

***
Sintonia perfeita entre nós dois! Amo isso!
Então, gostaram?
A varinha de vocês combina com a sua personalidade? Me contem!
Ah, não deixem de votar na história!

Livro 1 - Nada Permanece Igual...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora