Is it love? Peter

Capítulo 76

Ele está ferido! Ele foi baleado no ombro!

Meus olhos vão do rosto do Peter para o seu ombro machucado, mas me forço a ficar o mais calma possível.

Entrar em pânico é inútil, só atrairá mais atenção pra gente.

- Por aqui, Laura!

O Peter de repente muda de rumo. Mergulhamos num bosque e nos escondemos atrás de um arbusto.

Eu silenciosamente oro para não sermos vistos.

Então vemos o grupo de caçadores correndo pela trilha que deixamos um segundo atrás.

Os caçadores se afastaram e dois deles começaram a disparar à frente de si na escuridão, como se o Peter ainda estivesse lá.

- Eu não consigo mais vê-los... Eles nos despistaram... Merda!

Deitamos de barriga para baixo, não saímos do nosso esconderijo até que tenhamos certeza de que estamos fora do alcance dos caçadores.

Imediatamente me viro para o Peter franzindo a testa.

Olho sua ferida com cuidado. Está aberta porém não tem uma gota de sangue, mas tem pequenos vasos verdes ao redor da ferida.

- Precisamos voltar para a mansão imediatamente para tratamos essa sua ferida.

- Vamos esperar um pouco só para ter certeza de que os despistamos.

Mesmo que ele tente esconder sua dor, eu posso ver que ele está mentindo para mim.

O grito do grupo é abafado pela floresta. Depois de alguns minutos não ouvimos quase nada.

Eu me levanto e coloco os pés para fora do arbusto. Tenho que parar de tremer.

Estendo a mão para o Peter e o ajudo a levantar.

Ele obedece sem vacilar e nós caminhamos de volta para a mansão.

- Você consegue encontrar o caminho?

- Eu preciso...

Minha voz sai em um fio. Percebo que meu rosto está molhado e eu tremendo tentando segurar o choro.

- A bala está envenenada, Laura...

A voz do Peter é apenas um sussurro, coloco a minha mão livre contra minha boca para abafar o som do meu choro.

O braço do Peter está em volta dos meus ombros e minha mão em sua cintura, está difícil ir rápido.

A caminhada está ficando cada vez mais difícil com o peso do Peter sobre mim.

Finalmente chegamos à margem da floresta e vemos a mansão.

Nós lentamente nos esforçamos pelos poucos degraus que levam à varanda da frente e entramos no saguão da frente.

Eu arrasto o Peter até a sala de estarx onde ele cai no sofá.

- Eu preciso tirar a bala...

O Peter tenta se levantar, mas ele está muito fraco e cai no sofá.

Eu corro e agacho ao lado dele. Minhas mãos estão tremendo. Eu me sinto inútil.

- Laura... você precisa achar um dos meus irmãos...

Nesse momento ouço a porta abrir e gentilmente fechar. E então o som de passos apressados vindo em nossa direção. É o Drogo!

- O que está acontecendo?

- Estávamos na floresta quando fomos atacados pelos descendentes. O Peter levou um tiro, uma bala envenenada. Tira isso dele!

O Drogo olha para mim gravemente antes de voltar a atenção para o Peter.

- Acalma-se coitadinha. Ele ainda está consciente o que é um bom sinal, mas não temos um minuto a perder!

O Drogo arruma o Peter no sofá, que já estava praticamente caindo no chão e olha para mim novamente.

- Tire a jaqueta e a blusa dele, eu já volto.

Corro até o Peter e tiro com todo cuidado do mundo suas roupas, ele me olha a todo momento mas parece não conseguir falar.

Drogo volta com uma bolsa que parece estar cheia de coisas. Ele olha a ferida do Peter e seu olhar penetrante parece localizar a bala.

- Não se preocupe, mano, eu vou te tirar dessa.

Tudo aconteceu tão rápido. O Drogo tira a bala com um alicate, examinando-a à luz do candelabro.

- Peguei você. Agora vamos cuidar do veneno...

Ele tira de dentro da bolsa, um baú que dentro tem alguns líquidos.

- Beba isso.

O Drogo desliza uma mão sob o pescoço do irmão, inclinando um pouco a cabeça para ajuda-lo a engolir o remédio.

Eu vejo o Peter lentamente recuperar suas forças. Suas feições são menos retraídas quando ele se ajeita para a beira do sofá e se endireita.