Capítulo 2

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— MAMÃE, POR QUE VOCÊ ESTÁ MACHUCADA?

Era a primeira vez que seu filho a via com aqueles hematomas. Ao chegar pela manhã apenas dispensou dona Odete e lhe preparou o café da manhã, Gal ficaria até ela chegar do trabalho.

— Ela caiu — Gal se apressou.

— Você não vai sair hoje a noite novamente, não é mesmo?

— Não meu amor, mas nós precisamos conversar.

— NÃO VAI? Como assim Inara??

Ambos olharam para Gal.

— Eu vou procurar outro emprego Gal, isso não é para mim.

— O que não é para você, mamãe?

— Inara, você ganhou mais de 3 mil em um dia, com um cliente.

— Se despede da tia Gal, Jack — Inara deu um leve tapinha nas costas de Jack, o fazendo caminhar até Gal e lhe dá um forte abraço.

Gal pegou sua bolsa e caminhou junto a Inara até a porta.

— Amiga, esse dinheiro é sujo. O que eu passei lá não tem explicação. Hoje eu me abri para o senhor, ele irá me enviar uma luz. Eu sei disso.

Gal balançava a cabeça de forma negativa freneticamente.

— Você tá bem louquinha, tome um banho que eu estarei lá te esperando.

Assim ela abriu a porta e saiu.

— Não me espere, Gal...

— O que você ia me dizer, mamãe?

— Você não esquece mesmo as coisas em...

— Meu amor, a mamãe precisa arrumar um outro trabalho.

— Mas eu quase não te vejo mamãe, não precisa. Eu prefiro que a senhora fique comigo.

Inara apertou-lhe o nariz e sorriu.

— Um dia será só nós dois meu anjo, sem preocupações.

— Nós dois e mais uma irmãzinha. Eu fico muito sozinho aqui.

— Meu pequeno sonhador...

Eles se abraçaram e ali ela sentiu que estava fazendo a coisa certa. Tudo voltava ao normal.

***

— Malika??? Onde você está Malika?? Não faça esse pobre homem ir atrás de você.

Birkan procurava a garota desde cedo, mas não obtinha retorno.

— Senhor, não a encontramos em lugar nenhum.

— Vasculhem esse inferno de cidade. Tragam a minha filha de volta, ou matarei todos vocês!

Passaram-se horas.

— Senhor Birkan, encontramos o celular dela próximo aos muros.

— Vocês se enganaram, Malika não tem celular.

— Perdão senhor, mas este é o celular que sua filha sempre andava em mãos. Talvez não seja dela, mas podem haver pistas.

— COMO ELA ESCONDIA UM CELULAR DE MIM??? VOCÊS QUEREM ME ENLOUQUECER??

Birkan levantou-se da poltrona descontrolado.

— Calma senhor, não pode se alterar, lembre-se da sua saúde — Disse uma das empregadas.

— Vasculhem esse bendito aparelho, tragam minha filha de volta.

— Claro, com sua licença.

Ainda que Birkan fosse cego, seus empregados lhe faziam a reverência de sempre.

Inara  [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now