Minha mãe se apaixonou pela primeira vez aos 8 anos de idade, quando viu um garoto descendo a rua de onde ela morava. E permaneceu apaixonada pelo mesmo cara até seus 23 anos mais ou menos. Ela sempre dizia que tinha um pressentimento que fazia com que ela soubesse quando ia encontrar com o cara que ela gostava por aí. Segundo ela, sua premonição nunca falhava.
Penso nisso agora porque tenho o mesmo sentimento, pela segunda vez na vida. A primeira aconteceu no metrô. Eu tinha a real convicção de que ia esbarrar com ele, um sentimento palpável. Horas depois avistei com ele pelo fluxo de gente. Nossos olhos se cruzaram com impacto estrondoso, e seguimos nossos caminhos como desconhecidos.
Hoje tenho o mesmo sentimento.
Eu estou com meus amigos na fila da boate. Meu amigo Breno batia cartão lá todo fim de semana e hoje eu decidi vir junto. O tempo não estava muito agradável, garoa fina e chata caia do céu.
Bebemos uma vodka barata na fila, conversando com desconhecidos ao redor.
Eu demoro um pouco pra me abrir com estranhos, até sentir o efeito álcool subir.
Tem um moço alto no grupo de pessoas que estamos conhecendo, e eu gosto de caras altos. Ele é bonito, lábios carnudos e pele cor de avelã. Seus olhos são muito bonitos, escuros e levemente puxados. O cabelo raspado nas laterais e atrás, porém muito comprido no topo da cabeça, não sei se gosto disso.A chuva se intensifica. De longe ouço alguém gritar "Ai minha chapinha viado" enquanto eu me enfio debaixo do guarda-chuva de dois estranhos. Uma garota loira muito linda, ela é mais baixa e um pouco gordinha. E um garoto um pouco mais alto que ela.
— Moça me acolhe, eu to sofrendo — eu pedi pra ela sorrindo, pois ela estava com guarda chuva.
— Tinha que chover justo hoje né? — ela sorriu pra mim. Um sorriso lindo.
— O pior é a demora pra gente poder entrar — acrescentou o garoto.
Como ela é baixa eu preciso ficar curvado, inclinado pra frente caso queira caber dentro do guarda chuva. Permaneço conversando com eles algum tempo.
Olho ao redor, procuro Breno e Marconi, meus amigos e noto que eles estão numa parte coberta, subiram em um canto que era mais alto que o nível da calçada.
A chuva fica ainda mais intensa. Minhas costas estão desconfortáveis e parte do meu corpo está na chuva. Não quero ficar molhado dentro da balada.
— Já volto — digo pra eles. Viro pro Breno e grito: — Amiga, abre um espaço ai pra mim.
Tinha muita gente se protegendo ali. Ele tentou abrir um pouco de espaço e eu dei uma corridinha até lá. Encaixando justamente entre ele e o cara alto que eu tinha visto antes.
Eu definiria aquele momento como uma versão outdoor do metrô em horário de pico. Estava difícil. Mas pelo menos eu tava colado com o cara bonito.— Meu, como assim? Que demora é essa? — grita ele pros seus amigos.
— Eles tão querendo fazer a gente sofrer — respondo, meio intrometido, eu sei.
— Só pode né - ele riu. — Gente vocês querem bebida?
— Qual seu nome? — pergunto.
Eu não estava nem perto de ficar bêbado, então peguei.
— Me chamo Vitor, e você?
A galera estava zoando e brincando enquanto esperávamos na fila. Talvez fosse a proximidade dos nossos corpos se protegendo da chuva, talvez fosse meu desejo, mas eu sentia uma atmosfera de atração entre mim e Vitor. Ele me lançava um olhar conquistador e de cobiça.
![](https://img.wattpad.com/cover/163667187-288-k746834.jpg)
STAI LEGGENDO
Minha Vida Amorosa Extremamente Caricata
Storie d'amoreEu posso não ser uma das melhores pessoas do mundo, mas eu sempre fiz de tudo para que nós pudéssemos ficar juntos, e não vai ser agora que vou desistir. Eu vou lutar por nós. Por você eu sou capaz de voltar no tempo pra consertar os erros e encontr...