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A casa do garoto não era longe. Apesar deles terem demorado um tempo para chegar lá. O menino dos olhos castanhos parecia que não se lembrava exatamente onde ficava a sua própria casa, por isso eles ficaram dando voltas e voltas pelo bairro até encontrar a bendita casa de número 26. A casa que Hoseok passava todos os dias para chegar ao seu antigo trabalho. Ele conhecia de cor a casa numero 26. Uma belíssima casa branca de dois andares. Muito bem cuidada e preservada. O jardim impecável. Assim como todas as flores nas seis janelas visíveis.

Hoseok sempre sonhou em conhecer o morador daquela casa. Poder entrar lá dentro e sentir o provável perfume das flores presente em seu interior. Ele imaginava tudo, e a cada dia sonhava mais em poder entrar lá dentro e conferir se tudo o que imaginou era verdade. E realmente era. A casa era mais organizada que seu banheiro, e o perfume de flores fixado em cada móvel da casa o impressionava. Aquele lugar lhe trazia uma sensação de paz. Fazia com que ele se esquecesse de todos os seus problemas. Até se lembrar deles novamente.

- Muito bonita a sua casa. - diz ele quebrando o silêncio para tentar reter as lágrimas que estavam prestes a cair.

- Muito obrigada. Eu tenho uma empregada que vem... em alguns momentos para arrumar tudo. - ele pareceu pensar antes de responder.

- Legal. Eu esqueci de perguntar. Qual é o seu nome?

- Meu nome? Bem ele é... - ele olha a escrita em sua mão direita - Taehyung. Só Taehyung.

A atitude do garoto pareceu muito suspeita para Hoseok. Afinal, quem não lembra do próprio nome? Essa história estava muito mal contada, mas Hoseok realmente não se importava, o que o deixava feliz havia sido destruído, não tinha como piorar.

Taehyung era um menino simples, com seus cabelos ruivos e seus belíssimos olhos na cor de uma castanha. Seus olhos brilhavam de alegria. O garoto não recebia visitas á dois anos mais ou menos. Ou não se lembrava de ter recebido. Além é claro de seus empregados que iam lá toda semana.

Taehyung tinha a coleção inteira de álbuns de um grupo de k-pop chamado Got7. Ele tinha os álbuns, as almofadas, os pôsteres, fotos autografadas, e tudo que um fã tem direito. Ele era realmente fanático pelos 7 meninos da Coréia. Tudo na cabeça dele se resumia nesses meninos. Pelo menos o que ele se lembrava deles. Taehyung tinha um certo problema de esquecer as coisas. Esquecia do aniversário da mãe, de pegar a bolsa quando saía para fazer compras, de pegar as compras quando saía das lojas, entre várias outras coisas. Ele era o esquecimento em pessoa.

Diferente dele, Hoseok tinha tudo marcado com papéis coloridos em toda a sua casa. Se organizava um mês antes para cada evento que ele iria. Seu aniversário de casamento foi planejado dês de o começo do ano, isso para dezembro. Mas ele obviamente teve de cancelar tudo antes, já que sua esposa havia pedido o tal divórcio. Uma festa em comemoração a seis anos de um casamento inexistente não faz sentido. Hoseok era a organização em pessoa.

Sentaram em volta de uma mesa de madeira no centro da sala de jantar. Hoseok apreciava o aroma das flores emanado de todos os lugares. Aquele lugar definitivamente lhe trazia paz. O menino de olhos castanhos realmente lhe chamava a atenção. Precisava até ler o que estava escrito em sua mão para lembrar de seu nome. O que mais ele não se lembra sobre si mesmo? Talvez não se lembre sua idade. Nem a cidade onde nasceu. Será que ele sabe quem são seus pais? Todas essas perguntas borbulhavam na cabeça de Hoseok, mas nenhuma era realmente falada. Ele não tinha coragem. Era a covardia em pessoa.

Já Taehyung não ligava. Não tinha vergonha. Não se importava em parecer indecente ou vulgar na frente dos outros. Perguntava e criticava na frente de todos. Ele não tinha nada a perder mais. Já perdeu os pais, o irmão, e os seus amigos. Ninguém aguentava o menino que não lembrava de nada. Ninguém além de Seokjin, seu meio-irmão. Ele era o único que o entendia. Mas infelizmente ele não estava mais na Terra para proteger seu irmãozinho. Taehyung era a coragem em pessoa.

Hoseok tinha um irmão mais velho. Nesse caso uma irmã. Dawon era o ser humano mais doce do mundo na visão de Hoseok. Sua "irmãzinha" nunca o abandonou, mesmo nos tempos mais difíceis. Diferente de seus pais. O senhor e senhora Jung não botavam fé no homem da família. Depois do menino decidir seguir a carreira de corretor de imóveis, seus pais decidiram não apoiar mais o filho, e manter o máximo de distância do mesmo. Já com a filha botavam toda a esperança que tinham na menina, esperança de que ela iria honrar o sobrenome Jung, e fazer tudo que o irmão largou de tentar. Taehyung e Hoseok. Um ser humano mais diferente do outro. No que isso poderia resultar?

Pi...pi...pi...pi...

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Já comecei meio triste, mas juro que vai melhorar depois de um tempo (mas não significa que vai continuar feliz).

Eu tive essa ideia quando eu estava olhando pra parede branca do meu quarto, aquela que eu esqueci de pintar. Aí veio a ideia e eu pensei: "hum, por que não?"

Queria agradecer á minha linda e maravilhosa e perfeita e impecável e tudo que há de bom no mundo, senhorita Any, por ter dado a ideia pro shipp.

Só isso mesmo... bye bye

Se eu ainda me lembrasse de você • VhopeWhere stories live. Discover now