Capítulo sem título 5

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Parece mesmo déjà-vu. As relações que tive na escola, que por acaso foram três, duraram de três a quatro anos excepto dois – um que nem um ano durou, com muita pena, e o outro, que eu quero que dure a vida toda – com a minha colega de turmaeu devo ser um idiota com muito juízo...

Tirando as na escola tenho histórias de no máximo três relações falhadas – isto fora dos muros da escola – amores aos pares – já agora, eu prefiro considerar amores e não namoradas.

Devem se estar a perguntar: Idiotas também têm coração? – Não posso responder a esta questão sem a presença do meu advogado, lamento!

O primeiro: Da sétima a nona classe.

Esse me deu muita dor de cabeça. Acho que é por sermos iniciantes ainda na ciência do amor, na arte do desejo ou na passarela da ternura – esses termos todos nunca nos passou pela cabeça para ser sincero.

O mágico dos relacionamentos na escola é que te transformam em alguém que nunca ninguém conseguiria só assim do nada.

O primeiro milagre deles é que você passa a sentir saudades da segunda-feira na sexta a noite – e olha que ninguém gosta da segunda-feira – porque sabes que irás encontrar aquela colega na turma, irás receber aquela atenção, aquele carinho ou aquele olhar – é mesmo mágico e milagroso o amor.

O outro milagre da relação na escola é o nível alto de o que, depois de umas leituras de um livro que mais parece de neurocirurgia do que outra coisa – Quando o Amor Nos Sobe a Cabeça – aprendi a chamar: "This Is Your Brain, Enjoy" – que neste contexto é aquela motivação segura e bem formulada que se ganha na esperança de cativar e impressionar mais a amada ao lado – nas minhas conquistas mostro sempre que o cérebro está logo antes do coração – amo-te com todo meu cérebro, meu coração e com minha boca...

"Amo-te com todo meu cérebro" – como escreveu o Dr. – Então se eu te amo com o meu cérebro eu tenho que deixa-lo saudável para puder e ter o vasto poder de te amar com seus periféricos todos.

O segundo foi da décima até a décima segunda...

Esse sim foi memorável.

Acho que é pela maturidade que apresentávamos na época.

Era um namoro mais adulto, mais meio sério às vezes.

Mas como tanto o barato quanto o caro custam o mesmo preço, foi para o ralo.

De um modo ou de outro, feliz ou infelizmente, entrego-me demasiado nas relações. Dou sempre o meu melhor, atenção, carinho e por aí fora, mas não sei o se passa na cabeça dessas miúdas.

Um dia desses Jô precisamos de um tempo – eu já sabia o que vinha aí – quem precisa de tempo é o relógio, eu preciso de ti...

Eu sou apologista de que às vezes largar dói menos do que segurar, o melhor mesmo é deixar ir – nunca tive problema em deixar ir ou em largar uma corda, o problema era mesmo lidar com a ida por traição – bons filhos voltam a casa e "a melhor viagem é o regresso", mas eu sou muito sentimental para aceitar esses filhos de volta pela traição – os sentimentais têm a inocência de guardar mágoas passadas, infelizmente – ainda estou no ensaio do perdão neste contexto.

Dizem que aquilo que é nosso sempre volta para nós – mas nem sempre nos encontra onde nos deixou sem dó nem piedade esperando, tenho essa experiência...

Luanda, 26 De Agosto de 2018

kqt96

A Minha Colega De TurmaWhere stories live. Discover now