adeus.

549 102 31
                                    

tenho procurado as palavras certas pra dizer
mas parece que nada soa suficiente
quando o assunto é você
[ou nós]

enquanto escrevo tais palavras,
ditando-as em voz alta
tudo o que ouço
é o eco profundo e infinito
tomando meus ouvidos,
consumindo, gradualmente, toda gota de melancolia que há em mim

eu poderia compor uma canção
recitar alguns versos
ou copiar algum texto da internet,
mas decidi fazer isso do meu jeito

sendo assim,
dispo-me de toda vergonha
toda calúnia
toda mentira
e toda ignorância
pra lhe fazer poesia
e cantar ao seu coração
agridoces versos que,
sem mais nem menos,
brotaram nos jardins da minha alma
e imploraram para serem plantados em ti.

eu deveria ser mais cuidadosa;
observar menos, ser superficialmente falsa
pra que situações como estas
[na qual és o sujeito oculto]
passassem longe de mim

mas não posso conter!

o amor grita meu nome em cada canto
cada rua
cada esquina
cada casa
e cada lar.

tenho tentado ignorar,
mas ele corre atrás de mim com tudo de si
e se eu não souber me esconder bem,
serei mais uma vítima do ceifador de corações
[ou como eu já disse, o amor]

morrerei vítima ou viverei culpada?

serei eu a causa ou o desfecho? o ponto ou a vírgula? as reticências ou o fim?

é tudo complicado demais,
rebate meu eco.

fecho os olhos.
precisa dormir.

mas como o farei, sabendo que o amor está pelas ruas buscando incansavelmente pela minha constância?

como descansarei diante do fato que sou uma fugitiva?

só me resta lamentar,
aos pés da dor,
por tudo que a deixei levar.

- elle lima.

borboletas mortas e passarinhos entorpecidosWhere stories live. Discover now