- Uma espécie de guia turístico dos locais a visitar. - Disse eu, orgulhoso do meu feito.

- Recuso-me a subir à Torre Eiffel ou a visitar a parede do amor. - Disse ela, determinada, enquanto ligava a televisão e colocava um dvd qualquer sobre a vida das raposas selvagens.

- Eu sei, daí o nome da minha lista ser "Ir a Roma e não ver o papa. - Lista dos sítios mais improváveis para ver em Paris.". - A gargalhada de Rose encheu o espaço e tive de me conter para não a beijar ali mesmo, a não sei quantos metros de altura.

- Posso saber que locais é que fazem parte da tua lista?

- Obviamente que não, ao contrário de ti, eu sou um grande defensor das surpresas. – Respondi, orgulhoso do meu plano para estes dois dias. Ao fim de algum tempo, Rose acabou por adormecer e só acordou quando aterramos, comigo a ligar para Emma. Assim que ouvi a voz dela o meu coração encheu-se de uma sensação conhecida e agradável, misturada com a antecipação das saudades que irei sentir durante o tempo que estiver fora. Emma está muito triste comigo por não a ter trazido, pois poderíamos visitar a Disney e não é justo que eu ande nas diversões sem ela. Ri-me da sua resposta e expliquei calmamente que não vou à Disney, mas sim a um monte de reuniões aborrecidas que ela não iria gostar, além disso, o hotel não tem insufláveis, pelo que ela perdeu logo a vontade de nos acompanhar.

Como não poderia deixar de ser, o hotel ficava no centro da cidade e era extremamente luxuoso: assim que entramos, estendia-se à nossa frente um hall amplo e iluminado por candeeiros gigantes e sumptuosos, com milhares de cristais reluzentes. O estilo vitoriano marcava cada elemento da decoração do hotel, desde os quadros naturalistas com molduras detalhadas, aos pequenos pormenores como sendo os tecidos ricos das poltronas ou as madeiras altamente trabalhadas do balcão da receção. Rose observava tudo à sua volta num misto de admiração e curiosidade e eu soube que acertara na escolha do hotel: dias antes, em conversa de circunstância, Rose confidenciara-me a sua paixão pela literatura clássica, especialmente pela Jane Austen, e nada melhor que este ambiente para dar a ilusão de uma espécie de conto de fadas.

- Bonjour, J'ai une réservation au nom de Zayn Malik. - A jovem rececionista passou-me três chaves e ordenou a um empregado que nos conduzisse às nossas suites, carregando as malas num daqueles carrinhos que para mim não têm importância nenhuma, uma vez que já os vi imensas vezes, mas que para Rose foram uma novidade deliciosa. Assim que chegamos aos quartos tivemos de nos separar: o meu ficava colado ao de Rose, e Paul ficava alguns adiante, pelo que lhe dei liberdade total para fazer o que quisesse daí em diante pois eu poderia conduzir sem a sua ajuda.

Entrei no quarto e comecei a desfazer a mala, colocando os fatos no armário. Depois de arrumar tudo decidi tomar um banho, até porque, segundo as minhas previsões, Rose vai demorar 300 mil anos a arranjar-se. Consigo ouvi-la caminhar no seu quarto e o som de água a correr mostra que ela teve a mesma ideia que eu. Tenho de me esforçar para não pensar muito no facto de Rose estar a tomar banho a uma parede de distância de mim.

Vão ser uns loooongos dois dias.

POV Rose.

Eu sinto-me como a Maria Antonieta quando chegou da Áustria a França, com a diferença de que a minha companhia é muito mais apetecível do que o Luís XVI. Deixei a mala ao lado da cama e caminhei de um lado para o outro, tentando absorver cada pormenor do quarto que definitivamente é maior que o meu apartamento em Londres. A cama é tal e qual como aquelas que se vê nos filmes de princesas, enorme e com uns ferros dos quais pendem umas cortinas douradas, a combinar com a restante decoração. Sem resistir, tirei os sapatos e num gesto infantil comecei a saltar em cima da cama, deixando-me cair sobre ela ao fim de uns segundos. Estou super curiosa para saber onde iremos hoje mas sei que Zayn não mo vai dizer.

Love WingsWhere stories live. Discover now