02.

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Dia 2.

Acordei com o insistente toque na porta e resmunguei, afastando os lençóis da cama.

- Já vai! - gritei, aborrecida.

Tinha a perfeita noção que a pessoa por detrás da porta era André mas não me incomodava nada aparecer à sua frente de apenas roupão e toda despenteada pois o meu mau humor matinal impedia-me de sentir qualquer vergonha. Neste momento queria bater-lhe.

- Bom dia, bela adormecida. - cumprimentou quando abri a porta e nem deu tempo de o praguejar pois o português roubou-me um beijo rápido antes de entrar.

- Não sabes a vontade imensa que eu tenho de te bater, André. - resmunguei, fechando a porta e coçando os olhos, tentando acordar.

- "Bom dia, André. Como estás? Eu estou bem, Maria, obrigado por perguntares. E tu?"- afirmou num tom irónico, e eu ri revirando os olhos. - És sempre assim tão chata de manhã? - perguntou-me, brincalhão e mostrei-lhe o dedo do meio, o que o fez gargalhar.

- Odeio que me acordem de repente. - informei. - Boa, trouxeste café. É mesmo o que eu estou a precisar. - exclamei contente ao ver o copo do Starbucks.

Fui ao seu encontro a fim de retirar aquele que me pertencia mas o rapaz afastou a caixa, deixando sobre a mesa de cabeceira.
Puxou-me pelo laço do roupão de seda e colou os seus lábios aos meus. Deixei-me levar pelo seu beijo que nunca deixava de ser arrebatador.

- Bom dia. - saudou novamente depois de nos afastarmos e eu ri.

- Que chato, André. - protestei, dando-lhe um leve estalo no peito. - Bom dia. - cumprimentei, deixando um último beijo nos seus lábios.

- Sabes que são, tipo, dez horas e meia da manhã. - constatou rindo e dei de ombros, bebendo o meu café.

- E o que tem? Não iria para lado algum sem ti, então aproveitei para dormir.

- Oh, que fofinha. - fez voz de bebé que me fez rir com a sua infantilidade.

- Diz-me quais são os teus planos para hoje. - pedi enquanto me aproximava dele, abraçando-o pelo pescoço.

- Tenho muitos mas não os vais saber agora. - beijou a minha bochecha e afastou-se, atirando-se para a cama ainda desfeita. - Que confortável. - comentou com a sua voz abafada pelo facto de este ter a face enterrada na minha almofada, o que me fez rir.

- Por favor, tira os sapatos sujos da cama, André Miguel. - solicitei um pouco brava devido à minha aversão a tal gesto.

- Credo, pareceste a minha mãe a falar agora. - resmungou e ri alto com a sua expressão.

Atirei-lhe uma almofada do sofá com tal força que o fez cair novamente na cama. Não evitei as gargalhadas ao ver a sua figura.

- Vou tomar um banho rápido. Por favor, não adormeças. - requeri e ele riu.

- A melhor maneira de não adormecer é juntar-me a ti no duche. Posso? - interrogou e gargalhei da sua falta de vergonha.

- Tu tens cá uma lata!

- Não podem dizer que não tentei. - deu de ombros e rimos.

Deixei-o no quarto, dirigindo-me à casa de banho onde tomei um banho rápido mas relaxante. Vesti-me mesmo na divisão devido à companhia que ocupava a minha cama naquele momento e depois de secar e tratar os cabelos e aplicar uma maquilhagem leve, abandonei o compartimento.

- Estava a ver que não! - protestou e eu ri.

- É para veres o que eu sofri contigo ontem depois do treino. - ele riu. - Podemos ir quando quiseres. - informei ao pegar a minha mala.

Milano | André Silva Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon