Capítulo I

95 0 0
                                    


Pleiade, uma cidade com um pouco mais de 100 mil habitantes, cidade histórica com belas praias e uma população com estilo de vida totalmente diferente de onde vinha Alane, uma mulher de 28 anos que acabara de se formar na ACADEPOL (Academia de Polícia), se tornou investigadora com planos e muita vontade de mudar o mundo como todos nós em nossas primeiras semanas de trabalho. Nascida em Andromeda "A cidade que nunca dorme" Alane adotou um estilo de vida muito comum entre a população, porém, um estilo muito adoecido que mais a frente viria a se tornar um grande "problema" em sua vida. Bom, deixem-me contar um pouco de sua história.

De família humilde, pai motorista e mãe enfermeira, morava em um bairro de classe baixa onde os sonhos eram mais distantes da realização, em uma cidade que socialmente esmaga as pessoas com deveres de conquistas, status, reputação...O que mais poderia ser? Alane trabalhava em uma agência bancária com muitas metas, vendas, números, muita exatas e pouca humanas se é que me entendem. Em um dia normal de trabalho, Alane sentada em sua mesa de escriturária em meio a um atendimento, sente uma pressão no peito, dor de cabeça, falta de ar e muita vontade de sair correndo. O que está acontecendo? Pensou Alane desesperadamente, seus colegas de trabalho notaram sua palidez e seu olhar de pânico, a levaram para sala interna, lhe deram um copo d'água, com o passar dos minutos Alane sente um alívio, como se aqueles sentimentos e sensações fossem embora de uma só vez, a única coisa que lhe restara... era chorar. De noite em sua cama, a jovem bancária, com saúde, planos e sonhos se pergunta: O que foi aquilo meu Deus? Bom, melhor eu ir dormir que amanhã tenho muito trabalho a fazer.

Na chuvosa manhã seguinte, Alane com uma xícara de café que acabara de preparar está sentada na cozinha esperando dar o horário de sair para trabalhar enquanto o barulho da chuva batendo em uma calha solta de seu telhado ecoa pelos pensamentos aflitos sobre o ocorrido no trabalho, o que será que foi aquilo? Pensa novamente Alane. Sem nenhuma vontade de sair para trabalhar, Alane deixa sua casa com destino à estação de metrô Vila Verde, um de seus lugares preferidos da cidade, pois, ali havia um senhor de meia idade que tocava grandes clássicos em seu violino, o tempo a esperar o metrô era tão curto, pois, o prazer em ouvir as músicas não poderia ser tão longo. Ao entrar no metrô, Alane sentira uma sensação esquisita, um nítido desconforto, uma inquietação em estar naquele lugar, que nem um pouco desconhecido era já que passara seus últimos três anos diariamente fazendo esse caminho, o medo logo surgiu com uma força que tomou os sentidos, só de pensar em passar por aquilo novamente.... Seus batimentos aumentam e uma gota de suor percorre ao lado de seu olho, as pupilas se dilatam para a entrada de mais luz e assim conseguir ver mais em sua volta, um sistema de defesa natural do corpo; logo chega a estação de desembarque, o tempo de abertura da porta automática nunca fora tão extenso, Alane sai do vagão, desafrouxa seu cachecol, vai até o parapeito da estação respirar mais ar fresco, seus batimentos diminuem, sua tremedeira passa, o frio da manhã volta a lhe incomodar, Alane vê a todos em câmera lenta, e sem saber porquê, consegue apenas enxergar o sorriso de algumas pessoas que ali passavam, e isso de alguma forma lhe causa frustração, pois bem, o dia ali apenas começava. Desesperada com a situação, Alane caminha os 300 metros restantes para chegar à agência, sem saber o que fazer, decidi tentar trabalhar normalmente o dia, e depois do expediente encontrar com seu amigo de infância Leonardo para desabafar sobre o que estara vivendo. 

Pois bem, o dia fora aparentemente tranquilo,hora de ir encontrar com Leonardo. Alane deixa a agência e caminha até a cafeteria do bairro, famosa por seu cappuccino cremoso com um toque de caramelo e raspas de limão, Alane abre sua bolsa para pegar o celular e mandar mensagem para Leonardo avisando que já estava a caminho, e percebe que esquecera seu telefone na gaveta de sua mesa, Alane volta caminhando bem rápido para a agência, pois,não via a hora de compartilhar seus momentos com seu amigo. Chegando lá, Alane abre sua gaveta, rapidamente pega seu celular e envia uma mensagem para seu amigo avisando que iria se atrasar um pouco, antes de tomar o caminho de volta para a cafeteria Alane decide ir ao banheiro para lavar o rosto,pois, a rápida caminhada lhe fez suar um pouco. A agência já estava vazia naquele momento, Alane se vê então sozinha e com um leve arrepio no corpo, ao entrar no banheiro sente uma energia, uma presença que nunca houvera sentido antes, se agacha então no lavatório,enxágua seu rosto, e com os olhos ainda fechados levanta sua cabeça de frente ao espelho, as gotas em seus rosto de repente caem lentamente, o tempo parece parar, ouve em sua cabeça o eco das batidas de seu coração, lentamente abre seus olhos com a boca entre aberta que usava para respirar, e então vê no espelho, o reflexo de uma forma humanoide sem rosto definido em suas costas, mesmo assim Alane percebe que aquela "coisa" olhava fixamente em seus olhos, todo esse momento levara menos de um minuto para acontecer, o curto tempo só permitira que Alane piscasse seus olhos para aquilo desaparecer dali, Alane se vê perdida, sem rumo, novamente o choro lhe toma e os questionamentos a Deus voltam, o celular de Alane então emite o som de notificação, era mensagem de Leonardo dizendo: Tudo bem, eu já estou chegando." Em meio a tanta turbulência Alane sai da agência e toma o caminho para a cafeteria. 

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 23, 2019 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

Mundos ParalelosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora